quarta-feira, 17 de abril de 2013

Babalorisá Waldemar de Sango.


Homenagem, ao grande Babalorisá, Waldemar Antônio dos Santos de Sango.



Waldemar foi iniciado, por um sacerdote africano, conhecido pelo nome de Kun Lulu (Aquele que incendeia, queima totalmente) nome esse que o caracterizava como filho de Sango, sobre Kun Lulu(Gululu), pouco se tem informações, sabendo se apenas que veio trazido como escravo do porto de Cabinda.

Erradamente tido como de origem Banto, Kun Lulu (Gululu), era Yorubano, fato esse que foi relatado por um dos mais antigos filhos do falecido Waldemar, Osvaldo de Soponnan (essas informações podem ser comprovado por sua esposa, dona Eulália).

A confusão, com a origem de Kun Lulu, acontece porque, enquanto a carga de escravos, não estava completa, parte da carga já capturada em território yoruba, permanecia no porto de Cabinda, aguardando ser completada, com escravos de outras regiões.

Na época era acrescentada ao nome do escravo, o porto de origem do embarque ao seu nome, então assim, com o passar do tempo, o conhecido sacerdote que nunca cultuou um Inkice passou a ser conhecido como o criador do culto de Inkices Cabinda, no Rio Grande do Sul (tido como Gululu de Cabinda).

Temos informações diretamente da filha (Taia), do conhecido Babalorisá, Manoel Matias (Manezinho de Soponnan), que o mesmo também foi iniciado, em sua infância pelo então Kun Lulu, informação essa, que facilmente pode ser comprovado, por seus descendentes, sua filha Alice, e seu bisneto Antônio.

Qualquer pessoa com um mínimo de informação sabe que não existe culto a Inkice nessa família, pois se ela origina do culto de Sango, sendo assim, Sango é um Orisá e não um Inkice,a origem sem duvida é Yoruba (Nagô).

Nos rituais praticados por essa família as divindades louvadas sem dúvida são Orisás,isso fica bem claro já no inicio dos rituais onde é entoada (orins) cantigas para Elegbara,seguindo o ritual louvando: Ogun,Oya,Sango,Odé,Otim,Oba,Osanyin,Soponnan,Ibeji,Osun,Yemonja,Obatala e Orunmila,Todos Orisas bem conhecidos nas terras yorubas e sem culto na região de Cabinda.

Outro fato que nos causa espanto, é a interpretação feita por alguns historiadores vitimas do desconhecimento e da vivencia religiosa que no auge de suas ousadias, descrevem fatos, nomes e ate copiam fotos justificando a historia.

Passamos aqui a analisar um fato simples, ARÚN, traduzido para o Yoruba,(cinco), ou (quinto), ALÁFIN, traduzido para o Yoruba, titulo dado ao rei de Oyo (dono do palácio).
ARÚN ALÁFIN (obviamente Sango),o quinto rei de Oyo, que ao longo da historia sofreu prejuízos na interpretação do idioma tornando-se a BARUALOFINA, facilmente identificado em suas cantigas ate hoje reproduzidas em seus rituais.

A sua cantiga principal diz que, Olorun (Deus),foi quem corou Sango Kámú Ká (aquele que olha a sua volta, olha por alto, com altivez), olhar de um rei, de um soberano, nessa mesma cantiga segue dizendo, sua majestade (Kabiyési),saudação a um rei.

Esse brilhante sacerdote deu origem a maior família de culto a Orisá do Brasil, assim como a grande polemica que envolve seu nome, graças a Olodumare convivemos com pessoas que nos forneceram dados e depoimentos, tivemos oportunidade na casa do falecido Babalorisá Osvaldo de Soponnan, ver inúmeras fotos e documentos que justifica muito do que aqui esta sendo relatado.

Tivemos o prazer de ver uma foto, de um famoso sacerdote conhecido como Alagbá, contemporâneo de Kún Lulu, amigos íntimos do príncipe Custodio.
Esse sacerdote Alagbá, mudou-se para o Rio de janeiro, nos anos trinta, tornando se muito famoso naquela cidade.

Nessa mesma oportunidade, tivemos acesso a inúmeras fotos do príncipe e de muitos outros conhecidos filhos de Waldemar (como seu Bandeira e o famoso Gavião do taxi, o homem que levou o falecido pai Romário para a religião dos Orisás).
Esses esclarecimentos, fazem parte da merecida homenagem prestada a um dos homens que mais contribuiu para o culto de Orisá na historia do Sul do país.
                                                                                                                                                               ORÍKÌ EGÚN ORÍKÌ EGÚN
Egúngún kiki egúngún
Egún ikú ranran fe awo ku opipi
O da so bo fun le wo
Egún ikú bata bango egún de.
Bi aba f ‘atori na le egún se de. Asé.

Louvado seja nome dos meus Antepassados,
que preservaram os mistérios do voo e das penas.
Você  que cria as palavras de reverência e poder,
para os tambores que anunciam a sua chegada.
Você que espalha seu poder, os antepassados, estão aqui.

Falokun Fatunmbi (oriki Book Orunmila)

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