quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Nação Cabinda

Nação Cabinda

A Nação Cabinda, originária de Angola, adotou o panteão dos Orixás Iorubas, embora estas divindades Bantus teriam como nome correto Inkince.
Os Inkinces são para os Bantus o mesmo que os Orixás para os Yorubás, e o mesmo que os Voduns são para os Jêjes. Não se trata da mesma divindade, cada Inkince, Orixá ou Vodum possui identidade própria e culturas totalmente distintas. A linguagem ritual originou-se predominantemente das línguas Kimbundo e Kikongo; são línguas muito parecidas e ainda utilizadas atualmente. O Kimbundo é o segundo idioma nacional em Angola. O Kikongo, provém do Congo, sendo também falado em Angola.
Aqui no Rio Grande do Sul a raiz forte da Cabinda foi o Pai Waldemar Antonio dos Santos, filho do Orixá Xangô Kamuká Baruálofina, que foi feito pelo africano Gululu de Xangô; e uma descendente de Pai Waldemar foi a Mãe Madalena de Oxum, que se destacou grandiosamente dentro desta Nação.

Outros que se iniciaram pelas mãos de Pai Waldemar de Xangô, e alguns, com sua morte passaram para as mãos de Mãe Madalena de Oxum (única filha pronta com todos os axés): Pai Tati de Bará, Mãe Palmira de Oxum, Ramão de Ogum, Moacir de Xangô (tinha o apelido de Guri Bontito), Pai Mario de Ogum e Pai Nascimento de Sakpatá, oriundo de outra nação.

Depois foram surgindo outros ícones da nação Cabinda, onde podemos citar Pai Romário de Oxalá, filho de santo de Mãe Madalena de Oxum; Mãe Olê de Xangô, mulher de Pai Tati de Bará; Pai Henrique de Oxum, enteado e filho de santo de Mãe Palmira de Oxum; Pai Adão de Bará de Exu Biomi; Pai Cleon de Oxalá (filho de Mãe Palmira e hoje podemos dizer que é o patriarca dessa Nação); Antonio Carlos de Xangô, Alabê e Babalorixá, Mãe Marlene de Oxum, filha de santo de Pai Romário; Pai Paulo Tadeu de Xangô; Pai Genercy de Xangô; Hélio de Xangô, Pai Adão de Bará; Didi de Xangô; João Carlos de Oxalá, de Pelotas; Juarez de Bará; Pai Gabriel de Oxum, que foi um grande Babalorixá da Nação Cabinda, filho de santo de Romário de Oxalá; Lurdes do Ogum; Enio de Oxum, também da casa de Pai Romário; Luiz vó da Oxum Docô, foi filho de santo de Pai Romário de Oxalá; Ydy de Oxum, filho de santo de Pai Henrique de Oxum, entre muitos outros que conservam, ainda, os fundamentos desta Nação tão importante nos rituais Africanos do Sul.
Os praticantes da Nação Cabinda também se valem dos Orixás da Nação Ijexá e alguma coisa dos seus rituais, já que esta última é atualmente a modalidade ritual predominante aqui no Rio Grande do Sul; a diferença se dá basicamente nos procedimentos, realização e execução dos rituais nas obrigações, respeito à memória de seus ancestrais e a outros fatores como o início dos fundamentos da Nação Cabinda, que é justamente onde termina os das outras Nações: o cemitério / no culto ao Egunque é considerado Rei nesta Nação.
O Orixá Xangô é considerado Rei desta nação, dono dos Eguns, juntamente com Oyá e Xapanã; E o culto aos Eguns é tão forte que na maioria dos terreiros desta nação, se encontra o assentamento de Balé (culto aos Eguns), que são feitos anualmente; Os filhos de Oxum, Yemanja e Oxalá, podem entrar e sair de cemitérios quando necessário for, sem nenhum prejuízo a sua feitura, já nas outras nações estes só entram no cemitério em extrema necessidade; Se estiver acontecendo uma festa num terreiro de Cabinda, e se o Orixá Xangô, tendo recebido oferendas de quatro pés, e vier a falecer algum membro da casa ou da família religiosa, não ficará a obrigação prejudicada, conforme acontece nos outros terreiros, nos quais teriam que interromper toda a obrigação.
Os Orixás cultuados na Nação Cabinda são os mesmos da Nação Ijexá acrescentando Bará Elegba e Zina, que são cultuados em alguns terreiros desta Nação, face as mesclas que ocorreram alguns Ilês de Cabinda cultuam Oyá Timboa e Dirã. Na maioria das vezes os itens das oferendas são iguais mas se diferem na confecção/elaboração do Ebó.

O PAÍS CABINDA

CABINDA é uma república que fica localizada na África Central e ocidental tendo 421 Km de extensão onde ao norte fica Congo, no leste esta o Zaire e sua costa ao oeste é banhada pelo oceano atlântico, tendo um clima equatorial, tropical de muitas florestas, assim como no Brasil, não sofre com perigos naturais. Sua Capital é Tchiowa.
Hoje em dia é constituída por mais ou menos 1.500.000 habitantes descendentes de um povo guerreiro, isso pode ser visto em seu atual brasão, é constituído de dois leopardos, duas espadas africanas, folhas de palmeira e ao centro a representação do sol da lua e uma mulher com filho nas costas (todo este simbolismo indica um antigo povo guerreiro).
Até hoje em dia eles lutam pela sua liberdade, foi província do Congo Português até 1975 e desde esta época vem recebendo constantes invasões dos militares de Angola que tende a trona-la sua vassala. Os grupos étnicos de Cabinda são os Ba-Cochi, Ba-Sundi, Ba-Yombe, Ba-Linge, Ba-wacongo, Ba-Woyo, Ba-Vili e africanos brancos, africanos nativos e europeus. Predominam hoje em dia a religião católica, protestante e as antigas tribais. Os idiomas que são falados são: a língua tradicional cabinda, francês, alemão, bantu, lingala, kikongo de leta e outras línguas africanas. Aqui no Brasil podemos dizer que os Cabinda aportaram nas regiões norte, nordeste e sul e em pequena quantidade na época da escravidão. Sua modalidade religiosa também fica variada, pois no Sul a Cabinda cultua os Orixás Yorubás, no norte e nordeste eles se assimilaram muito com os índios brasileiros e podemos dizer que o culto é bem próximo ao Toré de Caboclo. (Mais uma adaptação para não perder sua religiosidade)
A nação Cabinda, originária de Angola, adotou o panteão dos Orixás Iorubas, embora estas divindades Bantus teriam como nome correto Inkince.

Egun
A realização de nosso rituais que envolvem Eguns são sempre cheio de mistérios e medos, principalmente porque é um ritual que não é dominado por muitos dos atuais sacerdotes africanistas.
É de praxe que a Casa dos Eguns – Balé, tenha seu local separada do Ilê, sempre nos fundos, neste local são realizados nossos rituais destinados ao culto aos Orixás de nossos antepassados, onde são sacrificados animais a esses Orixás bem como frenteados.
Já para os Eguns (espíritos de nossos antepassados), também existem pratos servidos a eles, como uma lembrança daqueles que já partiram, pratos esses que só podem ser servidos e comidos nestas ocasiões, isto é, uma vez ao ano, na obrigação de ano no Balé, ou quando há falecimento de algum membro do terreiro.
Neste tipo de obrigação, além das rezas normais tiradas em dias de xirês, existem as rezas próprias para Eguns, também em yorubá e o toque do tambor é feito com o couro frouxo.
Esta obrigação aos eguns, tem seu ritual diferente de acordo com sua Nação.

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