Homenagem, ao grande Babalorisá, Waldemar Antônio dos
Santos de Sango.
Waldemar
foi iniciado, por um sacerdote africano, conhecido pelo nome de Kun Lulu
(Aquele que incendeia, queima totalmente) nome esse que o caracterizava como
filho de Sango, sobre Kun Lulu(Gululu), pouco se tem informações, sabendo se
apenas que veio trazido como escravo do porto de Cabinda.
Erradamente
tido como de origem Banto, Kun Lulu (Gululu), era Yorubano, fato esse que foi
relatado por um dos mais antigos filhos do falecido Waldemar, Osvaldo de
Soponnan (essas informações podem ser comprovado por sua esposa, dona Eulália).
A
confusão, com a origem de Kun Lulu, acontece porque, enquanto a carga de
escravos, não estava completa, parte da carga já capturada em território
yoruba, permanecia no porto de Cabinda, aguardando ser completada, com escravos
de outras regiões.
Na
época era acrescentada ao nome do escravo, o porto de origem do embarque ao seu
nome, então assim, com o passar do tempo, o conhecido sacerdote que nunca
cultuou um Inkice passou a ser conhecido como o criador do culto de Inkices
Cabinda, no Rio Grande do Sul (tido como Gululu de Cabinda).
Temos
informações diretamente da filha (Taia), do conhecido Babalorisá, Manoel Matias
(Manezinho de Soponnan), que o mesmo também foi iniciado, em sua infância pelo
então Kun Lulu, informação essa, que facilmente pode ser comprovado, por seus
descendentes, sua filha Alice, e seu bisneto Antônio.
Qualquer
pessoa com um mínimo de informação sabe que não existe culto a Inkice nessa
família, pois se ela origina do culto de Sango, sendo assim, Sango é um Orisá e
não um Inkice,a origem sem duvida é Yoruba (Nagô).
Nos
rituais praticados por essa família as divindades louvadas sem dúvida são
Orisás,isso fica bem claro já no inicio dos rituais onde é entoada (orins)
cantigas para Elegbara,seguindo o ritual louvando:
Ogun,Oya,Sango,Odé,Otim,Oba,Osanyin,Soponnan,Ibeji,Osun,Yemonja,Obatala e
Orunmila,Todos Orisas bem conhecidos nas terras yorubas e sem culto na região
de Cabinda.
Outro
fato que nos causa espanto, é a interpretação feita por alguns historiadores
vitimas do desconhecimento e da vivencia religiosa que no auge de suas
ousadias, descrevem fatos, nomes e ate copiam fotos justificando a historia.
Passamos
aqui a analisar um fato simples, ARÚN, traduzido para o Yoruba,(cinco), ou
(quinto), ALÁFIN, traduzido para o Yoruba, titulo dado ao rei de Oyo (dono do
palácio).
ARÚN
ALÁFIN (obviamente Sango),o quinto rei de Oyo, que ao longo da historia sofreu
prejuízos na interpretação do idioma tornando-se a BARUALOFINA, facilmente
identificado em suas cantigas ate hoje reproduzidas em seus rituais.
A
sua cantiga principal diz que, Olorun (Deus),foi quem corou Sango Kámú Ká
(aquele que olha a sua volta, olha por alto, com altivez), olhar de um rei, de
um soberano, nessa mesma cantiga segue dizendo, sua majestade
(Kabiyési),saudação a um rei.
Esse
brilhante sacerdote deu origem a maior família de culto a Orisá do Brasil,
assim como a grande polemica que envolve seu nome, graças a Olodumare
convivemos com pessoas que nos forneceram dados e depoimentos, tivemos
oportunidade na casa do falecido Babalorisá Osvaldo de Soponnan, ver inúmeras
fotos e documentos que justifica muito do que aqui esta sendo relatado.
Tivemos
o prazer de ver uma foto, de um famoso sacerdote conhecido como Alagbá,
contemporâneo de Kún Lulu, amigos íntimos do príncipe Custodio.
Esse
sacerdote Alagbá, mudou-se para o Rio de janeiro, nos anos trinta, tornando se
muito famoso naquela cidade.
Nessa
mesma oportunidade, tivemos acesso a inúmeras fotos do príncipe e de muitos
outros conhecidos filhos de Waldemar (como seu Bandeira e o famoso Gavião do
taxi, o homem que levou o falecido pai Romário para a religião dos Orisás).
Esses
esclarecimentos, fazem parte da merecida homenagem prestada a um dos homens que
mais contribuiu para o culto de Orisá na historia do Sul do país.
ORÍKÌ EGÚN ORÍKÌ
EGÚN
Egúngún kiki egúngún
Egún ikú ranran fe awo ku opipi
O da so bo fun le wo
Egún ikú bata bango egún de.
Bi aba f ‘atori na le egún se de. Asé.
Louvado seja nome dos
meus Antepassados,
que
preservaram os mistérios do voo e das penas.
Você
que cria as palavras de reverência e poder,
para os
tambores que anunciam a sua chegada.
Você
que espalha seu poder, os antepassados, estão aqui.
Falokun Fatunmbi (oriki
Book Orunmila)
(Link
do artigo: http://gilmarofunoyeku.blogspot.com.br/)
belo...
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