segunda-feira, 11 de julho de 2016

PRESERVAÇÃO DOS COSTUMES

Por Baba Erick Wolff de Oxalá

Por volta de 1.800 no Rio Grande do Sul iniciou a preservação dos costumes, rituais e iniciações de escravos que foram trazidos contra a sua vontade, para trabalhar numa terra que oferecia poucas condições para sobreviver, entre o calor causticante ao frio que chega a nevar em algumas regiões do Sul...
Mulheres negras cantadeiras e dançarias, que promoviam batucadas durante a tarde em seus rituais, que mais tarde esta religião ficou conhecida por Batuque do R.S., diferenciando de outras religiões afro-brasileiras que também surgiam no Brasil na mesma época.
Este culto Nagô, no Rio Grande do Sul, sofreu preconceito e perseguição da policia, políticos e religiosos que não gostavam da religião dos negros, fazendo com que os tambores fossem abafados com algodão para que os vizinhos não ouvissem e os denunciassem. 
E por isso, os rituais eram feitos as portas e janelas fechadas abrindo apenas uma fresta para que as divindades fossem cumprimentar a rua, criando o costume de tocar festas durante a madrugada.
Com o tempo a sociedade começou a ver a cultura afro-brasileira através dos acadêmicos religiosos que traziam fotos e artigos sobre as herança dos orixás, durante uma época de sincretismo e misturas de culturas, para a sua fé sobreviver.
Porem como se não bastasse os problemas que as religiões afro-religiosas sofriam, o Batuque tinha um fator até então desconhecido pelo afro-brasileiros, eram as outras religiões de matriz africana, que perseguiam os Batuqueiros pelas suas iniciações que, por não raspar a cabeça para a iniciação, consideravam que não eram feitos.
Atualmente coletamos depoimentos que informam sobre iniciações sem raspagem de cabelo na própria matriz africana, e descobrimos que lá, apenas os forasteiros ou, aqueles que não pertencem aquela ancestralidade devem raspar.
E claro que o indivíduo que foi iniciado sem a raspagem do cabelo, deve preservar a forma a qual foi iniciada, na hora de iniciar alguém, e quem não foi raspado, seja o motivo que ele possuir para não expor o couro cabeludo, ou de não poder ser raspado, ele deverá manter esta iniciação e propagar aos seus iniciados, sendo assim talvez isso, explique o Batuque do R.S., que nem um dos lados existentes raspe, e que não precisem expor o couro cabeludo durante as suas iniciações.
E este povo sobreviveu e se instalou bravamente numa terra que não era favorável as iniciações pelas mudanças climáticas e perseguições.


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