quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Orumilaia e Ifá

Orunmilá é a soma da sabedoria suprema, a vida e a morte, o nascimento da natureza, a visão total do mundo e da existência estabelecendo normas éticas que irão comandar as sociedades e os homens, e assim determinando uma conduta nobre diante de todas as forças que se formam contra o bem da humanidade.

É o equilíbrio que ajusta as força que conduz a sustentação do planeta. Orunmilá representa a antiga sabedoria do Culto Yorubá.

Orunmilá é o òrisá senhor da sabedoria e do conhecimento, que tendo adquirido o direito de viver entre o órun (céu) e o aiye (terra), tudo sabe e tudo vê em todos os mundos.

Por isso, conhece todos os destinos e sabe como propiciar o sucesso em todos os âmbitos, além de revelar o òrisá pessoal de cada um, ou seja, a substância da qual cada um foi extraído na atual existência e como integrar o indivíduo neste princípio divino. Como elerii ipin (testemunha da criação), detém conhecimento do passado, presente e futuro de todos os habitantes do aiye e do órun .

Orunmilá é o interventor e defensor dos seres humanos, sempre tentando minorar os sofrimentos e dificuldades que enfrentam na saga das suas sucessivas existências na Terra.

Conta o itan que, após permanecer na Terra por algum tempo, Orunmilá retornou ao órun, esticando uma longa corda pela qual ascendeu.

Os seres humanos ficaram totalmente desorientados, o caos, a fome e a peste imperaram na Terra, já que ele era o porta-voz da vontade de Olodunmare.

O ciclo de fertilidade das plantas e animais foi interrompido, trazendo ameaça de extinção.

O clamor pela sua volta não foi atendido, mas deixou com seus filhos os 16 ikin (coquinhos de dendezeiro), que se transformaram num importante instrumento de adivinhação. Entregou os ikin instruindo que sempre que desejassem as coisas boas e realizações positivas na vida, deveriam consultar os coquinhos.

Daí nasceu o sistema oracular denominado Ifá, que auxilia o ser humano na resolução dos seus problemas cotidianos, nos conflitos e nas dúvidas existenciais, como mediador entre o humano e o divino.

Uma modalidade orácular mais popular é o Opelé Ifá. Apenas sacerdotes iniciados no culto de Orunmilá - os Oluwo Ifá e Babalawo – são credenciados para utilizar esses oráculos.

Os oráculos são baseados no sistema binário e comportam 256 combinações matemáticas que definem os caminhos de odú, com seus milhares de itans (mitos) e owe (parábolas). Sua missão foi organizar as relações humanas, e orientar em todo tipo de assunto, valendo-se para isto dos itans relatados pelos odús.

Todo o corpo filosófico da religião yorubá se resume nesses signos de Ifá –os odús, que por sua vez se subdividem em caminhos com os respectivos itans, que são mitos de instrução, orientação e aconselhamento.

Na tradição religiosa Ogboni-Ifá, nada se empreende sem prévia consulta ao oráculo, que é um instrumento de transmissão do aconselhamento divino para que situações sejam revertidas ou confirmadas.

Axé.

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