quinta-feira, 28 de junho de 2012

Os Yorubás - Parte 4


Nascimento dos Yorubás

Outra formalidade importante yorubá é o nascimento de uma pessoa. Dar nome a um filho envolve a comunidade inteira, que participa dando boas vindas ao recém nascido, felicitando os pais e fazendo pedidos em conjunto para que o filho tenha um futuro feliz e afortunado.

A família, primeiramente, escolhe o nome apropriado ao filho; o nome geralmente é escolhido de acordo com as circunstancias do nascimento da criança, observando as tradições de família e até fenômenos naturais que aconteceram em torno da nascimento do bebê. Depois do nome selecionado, o pai ou um parente mais velho anuncia o dia de dar o nome que é chamado Ikomojade.

Tradicionalmente, para meninos é um dia após o nascimento, para meninas é no sétimo dia e para gêmeos de ambos os sexos, no oitavo dia de nascimento. Hoje em dia a prática é feita no oitavo dia para todos os recém nascidos.

A cerimônia acontece ao ar livre, a criança deve estar com os pés descalços, e á a primeira vez que ela tem contato com os pés na terra, é a primeira vez que o filho sai fora de casa.

Todos os parentes e membros da comunidade têm interesse em dar boas vindas ao recém nascido, cada pessoa trará dinheiro, roupas e outros presentes  tanto para o filho quanto para aos pais.

As mulheres entregam os presentes à mãe e os homens dão os presentes ao pai. Depois de todos os presentes à mãe entrega o filho a um ancião, que exercerá os rituais; é apropriado que um velho ancião seja o primeiro a guiar o filho.

Tudo começa quando um jarro de água é jogado sobre o telhado, de forma que o recém nascido é seguro de baixo e recebe no corpo a água que cairá de volta. Se o filho se manifesta gritando é considerado de bom sinal, isto indica que ele veio para ficar.

A água é o primeiro dos muitos itens cerimoniais, seu uso reflete a importância do filho para a família.

Após o filho ser borrifado com água o ancião sussurra o nome do recém nascido em seu ouvido; e molha seu dedo na água e toca a fronte do bebê, e anuncia o nome escolhido em voz alta para que todos ouçam.

São colocadas as vasilhas contendo os ingredientes necessários para continuação da formalidade; cada ingrediente tendo um significado especial.

A primeira vasilha consiste em pimenta vermelha da qual o ancião dá uma prova ao pequeno filho. A pimenta simboliza que o bebê será resoluto e terá comando acima das forças da natureza.

A pimenta então é distribuída para o gosto da assembléia inteira; depois da pimenta o recém nascido experimenta água, significando a pureza de corpo e espírito, que o deixará livre das doenças; logo o ancião oferece sal ao bebê, que simboliza a sabedoria, a inteligência; deseja-se que nunca lhe falte o sal, mas que sua vida não seja salgada, que ele tenha felicidade e doçura na vida, que tenha uma vida sem amargura; depois é oferecido óleo de palma (epô) que é tocado com os dedos nos lábios do bebê, num desejo de potência e saúde.

O filho então saboreia mel, e o ancião pede que ele seja tão doce quanto mel, para a família e para a comunidade, que tenha felicidade.

Depois é oferecido vinho, para que o filho tenha fartura e prosperidade na vida; e finalmente o bebê recebe uma prova de noz de kola, simbolizando o desejo para boa fortuna do filho.

O ancião, ou particularmente o pai da criança, pode adicionar mais ingredientes para fazer parte da formalidade, pode ser objetos que representam as divindades que a família cultua, como por exemplo se a deidade da família é Ogum, o pai exige que uma faca ou espada seja usada na formalidade, e assim por diante.

O nascimento mais importante é de gêmeos (Ibejis), o nome do primeiro nascido será Táíwo, e o segundo a nascer será chamado de Kéhìndé.

E o filho nascido depois de gêmeos será chamado de Idowu, este nascimento é cercado de superstições.

Depois do item final ser distribuído para a comunidade, começam as festividades, e todos comem e dançam numa grande alegria que durará até a madrugada.

...fim da Parte 4...

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