Sintetizando:
Elucidando, que os negros escravos que vieram para o Brasil trouxeram enormes bagagens culturais, como: arte, gastronomia e de religiões, com seus usos e costumes sagrados, linguajar próprio, ritmos e vozes.
Dos estudos já realizados, reconhece-se desde o séc. XVI a presença no Brasil de africanos de origens de Nações “Bantu”, a esse grupo pertenciam os negros chamados e de Nações: do Congo; Angola; Moçambique; Makuas; Cabinda; Benquela; Monjolo, Musikongos, Rebolos, Munjolos, etc...
Mais tarde, a vinda dos povos de Nações Sudaneses com o seu linguajar de origem Yorùbá, a “língua geral” dos escravos, em muitos Estados do Brasil, tendo dominado as línguas faladas pelos escravos de outras Nações existentes em nosso País.
Para melhor definição do idioma Yorùbá: pertence ao grupo “Kwa” de Línguas Sudanesas e ao grupo Nígerokameruniano, compreende vários sub-grupos e dialetos, e entre os quais o “Egbá” que inclui a Nação de Keto (Kétu) - e a Nação de Ijexá (Ìjèsà) – e a Nação de Òyó, sendo a mesma, a Região e Cidade da Nigéria, África Ocidental, antiga Capital Política do reino de idiomas Yorùbá e a de maior importância cultural e religiosa entre os povos sudaneses; desta Nação, região e cidade vindo negros escravos com ritos próprios, subsiste até hoje no Estado do Rio Grande do Sul, assim como, povos de Nação Ewe (evoes) também chamados de “anago” – nome dado pelos “daomeanos” aos povos que falavam o Yorùbá, tanto na Nigéria como no Daomei, Togo e arredores e que os franceses chamavam apenas de “Nagô”.
Portanto, Nagô não é uma Nação Africana e sim todo os povos Sudaneses que falam o idioma Yorùbá.
Com os povos africanos, vieram também os cultos religiosos de cada região de sua origem, e, que devido aos empórios de escravos e a mistura destes, e também de rituais, originaram as chamadas religiões, hoje, chamadas por muitos de afro-brasileiras, eu prefiro, chamar de africanistas.
A história nos narra, que nos navios negreiros, os cantos de lamentações e de apelações aos Orixás (Òrìsàs/Voduns) se confundiam com o barulho do mar e os açoites sofridos pelos negros. Era o maior castigo, que um ser humano poderia suportar.
Já no Brasil, após os empórios de escravos; e, com suas convicções religiosas, levaram um bom tempo para adaptá-las ao Novo Mundo; misturando-se à religiosidade de seus patrões, aglutinando os Orixás aos Santos Católicos (sincretismo), e que também mais tarde, houve a inclusão a religiosidade do ameríndio (nativo do Brasil).
Das sobrevivências culturais africanas no Brasil, as maiores influências inicialmente foram no Nordeste e depois se estendendo há todo o País. A contribuição da África, recebidas em nosso País, está em todas as “divindades” que recebemos “direta ou indiretamente do Povo Africano / Negro – Sudaneses (Nagô/Anago) e Bantus”.
No Brasil, a cultura dos povos e Nações Sudanesas Africanas recebeu o nome de “Nagô” e com a inclusão da Nação Ewe (Avoes) do Daomei (Jèje) que são chamados de “Anago” e que ainda subsiste em uma pequena minoria no Estado do Rio Grande do Sul, e são chamados Nação de Jèje ou Nagò – Vodú.
“As facções das religiões de origem Africana”
Após vários estudos realizados por sociólogos, antropólogos e etnógrafos, notou-se que a Religião e Rituais aos Òrìsàs/Voduns no Estado do Rio Grande do Sul, chamado de “Batukàjé – Batuque” venha ser, os mais idênticos aos da Religião dos Òrìsàs/Voduns “Anagos e Bantus” praticados na África.
Por vários fatores, enumerando alguns: Por ter sido um dos últimos Estados, deste País, a receber escravos africanos; o rigor e rigidez de julgamento e provas as “Divindades” e de seus Rituais; julgamento de Ebós e de Feituras de Òrìsàs/Voduns através do “Emissò Kássum” (Julgamento, através da roda humana, de pessoas selecionadas que possui assentamento de “Divindades com animais com quatro patas”); a integração universal (Natureza - Divindades) através do Ritual, em um só momento, ou seja, a representação Universal, através das Divindades no bàsá (sala/salão); após uma doutrina e feitura completa da Divindade é concedido através de provas, a liberdade de expressão das “Divindades” em língua africana e brasileira; a inexistência de luxo e deslumbramentos, através pessoas, em seus rituais; o não, poder saber de uma pessoa de que recebe (ocupar-se) uma Divindade, preservando assim o Fundamento e Rituais assim como, a própria Religião de Matriz Africana. Assim, poderíamos citar vários fatores; mas, não é nosso objetivo desfazer os Rituais realizados em outros Estados do País, e sim, de mostrarmos as características do Batukàjé – Batuque, visto, pela maioria dos etnógrafos.
“Sincretismo, Candomblé, Afro-Brasileiro”
Subjetivo, é a mídia dizer, bem como, os desinformados que o Candomblé venha ser a maior pureza dos cultos Nagô, veja, a origem do seu próprio nome (Candomblé), e a mídia informa, como sendo, os mais tradicionais em nosso País.
Os melhores pesquisadores das religiões afro-brasileiras e que não estão comprometidos com nem uma das facções religiosa, são unânimes em dizer que o Candomblé é uma mescla de sincretismos. Recebendo o apoio de Governos Estaduais (Bahia) e da mídia em geral, o que não ocorre em outros Estados, para fins comerciais e turísticos, chamados de folclóricos de orixás afro-brasileiros.
Exemplo:
Na Bahia, as “Confrarias religiosas” – os negros de Angola na “Venerável Ordem do Rosário de Nossa Senhora das Portas do Carmo”, fundada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Pelourinho.
Os Nagôs de Nação de Kétu, formaram, juntos, com a comunidade católica, duas irmandades: a) A de “Nossa Senhora da Boa Morte”, somente para mulheres. b) E outra, somente para os homens, chamada de “Nosso Senhor dos Martírios”.
Já os de origem de Nações Bantu, em especial, a do Congo, associaram-se nas irmandades de “São Benedito e de Nossa Senhora do Rosário dos Negros Congos”, dizendo-se, ser vossa padroeira, já no cristianismo africano, por influência dos colonizadores portugueses.
“Candomblé – Origem – Funções”
Candomblé = Tendo como a origem de Nações Bantu, do idioma kimbundo. Se originando da palavra “Kandombe” (ka = costume, uso; + ndombe = preto, costume dos pretos), que quer dizer em africano: Dança antiga africana de Nações Bantu, sem nenhum sentido religioso na África, espécie de batuque ou batucada, com vários instrumentos, inclusive com tambores. Dando a origem da palavra Candomblé na fronteira da Argentina, Uruguai com o Brasil (RS) como dança de escravos nas fazendas (farra africana, como nem, hoje, são as rodas de sambas).
Os baianos e outros; adotaram e copiando essa terminologia de origem espanhola Sul Americana, como sendo, o termo correto a dar aos cultos afro-brasileiros. E, os mesmos, desejam induzir que os cultos/rituais baianos e outros difundidos pelos mesmos, idênticos, ou seja, cópia fiel africana, se nem o nome é original africano! Isto, mais uma vez, prova que o Batukàjé – Batuque do RS., sendo o mais próximo aos rituais religiosos praticados na África, ao menos, não temos nomes falsos ou de origem espanhola!
A função do Candomblé/Afro-Brasileiro (baianos e outros). Relaciona-se ao local onde se realizam as cerimônias de certos cultos que abrange rituais de origens africanas e o sincretismo católico e indígena (nativo do brasileiro).
Com relação a certos rituais, como nem, o jogo de búzios, houve muita reserva, razão porque, hoje poucos são os que têm “mão-de-jogos” (oná – ifá = mão de Ifá/Òrìsà da adivinhação e do destino = odu). Hoje, no Candomblé/Afro-Brasileiro, o “jogo de búzios”, toda ação é procedida de um oráculo já pré-estabelecido, sendo a fórmula mais fácil de aprendizado. Dando, desde a origem da pessoa até os procedimentos cotidianos, passa-se pelo diagnóstico dos problemas que afetam a vida do consulente e pela prescrição dos sacrifícios de animais, caso sejam necessários à sua solução. Usando, na maioria das vezes, a feitura de orixás, como recurso pela inexperiência de outros recursos. Possuindo um custo elevadíssimo, totalmente fora dos recursos e padrão de vida financeira dos brasileiros, sendo poucos que possuem condições de realizá-los.
Orixás, afinal o que são? E quais são as posições ocupadas pelas divindades (Status)?
Os Orixás (Òrìsàs) são: Os que governam, à sua discrição, a vida e o destino dos seres humanos. São caprichosos, amam e odeiam, beneficiam e castigam, curam ou perseguem com doenças, e se fazem respeitar e temer. Têm suas cores, os seus animais prediletos e suas comidas, os seus toques e as suas andanças, as suas insígnias e os seus cânticos, as suas preferências e as suas antipatias – e ai! - daqueles que, devendo-lhes obediência, os irritar!
Embora sejam todos Orixás, há uma hierarquia poderosa e rígida em relação ao “status” – posições ocupadas pelas “Divindades”, os mais poderosos entre eles são, como na África: Òòsàálá => Oxalá (Brasil) => (ou Obàtálá / Odùdúwà); Óbara (Bará no Brasil); Ògún (Ogun no Brasil); Oyá (Iansã/Oya); Songó (Xangô no Brasil); Sakpatá ou Sakponã /Sapanã (Xapanã no Brasil), também chamados de Omulú e Obaolúayé; Òsún (Oxum no Brasil); Yémonja (Iemanjá no Brasil).
SUPERIOR = Deus. Olóòrun (Olórun) que, depois de ter criado o mundo, dividiu o cosmo e deu a cada Òrìsà (Orixá) um domínio sobre o qual reinar.
Obàtálá (deus criador do homem) / Odùdúwà (deus criador, distribuidor da justiça) => filhos de Olórun que, no Brasil, receberam o nome de Oxalá (Òòsàálá).
Óbara (Bará) => Aquele que, inicia ou termina / o que abre ou fecha. Sendo o pólo oposto ao de Òòsàálá )Oxalá). Sem Óbara, não se vai a lugar ou chega-se em algum objetivo almejado, pois sendo, o grande mensageiro entre os homens e as Divindades. Resumindo: Sem Óbara, não se faz nada ritualisticamente.
INTERMEDIÁRIOS = Orixás com muitos elementos, constituindo-se o resultado dos extremos como, por exemplo: Ogun, Iansã/Oya, Xangô, Xapanã; Oxum, Iemanja e sucessores.
INFERIORES = (Culto aos Ancestrais). Egún ou Egúngun, espíritos, almas dos mortos que retornam a Terra, dependendo das cerimônias ritualísticas. Tanto pode ser da família, como antepassados da Religião Africana, e devem ser honrados. Já o Bàbá Eégún = É espírito reencarnado de um Ancestral, que muitos chamam, somente, de Eégún. Esse, até pode ser, o primeiro grau de algumas iniciações, que podem variar de “uma” até “sete” cerimônias, mudando em cada delas a classificação do candidato.
Exu = Em primeiro lugar, nunca foi de origem africana e sim, hebraico e de língua palli (o que quer dizer: o inverso de Deus), pois, os negros-africanos os temem. E nem tão pouco, como sendo, mensageiros entre deus e homens, como o Candomblé o apregoa, são personagens muito controvertidos. O surgimento desta “entidade” veio com a formação de Umbanda, pertencendo, principalmente, a facção de Quimbanda, o Exu como sendo escravo direto de Caboclos e Pretos Velhos e, sendo sim, está “entidade” o verdadeiro mensageiro dos homens para “Magia Negra”, bem como, nos rituais praticados na religião primitiva Celta e outras....
Africanos, evitam Exus; porque, os temem, em vista disto, consta em seus “orins” e “oríkìs” (rezas) a presença da “entidade Exu”. E tendo como, umas das atribuições principais, os Orixás Óbaras (Barás), com a obrigação de cuidar e de evitar os Exus. Não é como muita gente pensa, que Óbara (Bará) é um Exu, isso não é verdade! Eles cuidam sim, dos Exus, para não perturbarem de modo geral o negro – africano e seus Rituais. Assim como, o Orixá Iansã/Oyá cuida dos Egúns.
Observações: A verdadeira Doutrina dos Cultos de Religião de Matriz Africana, e o aprendizado da mesma, por um Feitor ou Feitora, tem que ser paralelo, como nem trilhos de trem, ou seja, deve aprender todos os rituais de Orixás, assim como, cultuar seus Antepassados (Ancestrais), caso contrário, e nesses casos, os Feitores ou Feitoras, sempre, serão chamados de “pernetas” ou “manetas”! Como queiram....
Como esclarecimento, muita gente não conhece ou não sabe distinguir entre “Obàtálá e Odùdúwà”:
Obàtálá = Nome africano de Oxalá (Òòsàálá), filho de Olórun, o Deus Supremo. Divindade às vezes masculina, às vezes hermafrodita, é o Orixá da “criação”.
Mitos: Olórun começou o mundo e encarregou “Obàtálá” de terminá-lo. Também fez o “homem e a mulher”, grosseiramente, de barro, e Obàtálá deu-lhes membros e feições, tendo-lhes então Olórun insuflado a vida.
Outro mito: Obàtálá é o único criador do primeiro casal humano, e ainda outro lhe atribui a formação da criança no ventre materno, sendo os portadores de defeitos físicos – albinos, coxos, corcundas etc... – vistos como erros seus e por isso seus protegidos, ou então um sinal de seu desagrado para com os pais.
Devemos externar que seus fieis usam roupas brancas e comem só comidas brancas e manteiga vegetal (ori) que é branca, em lugar do óleo de dendê, vermelho. Também como os caracóis comestíveis ìgbín (conhecido no Brasil por “ebi”) são lhe oferecidos. Seus filhos usam colares brancos e são proibidos de beber vinho de palmeira e de se alimentar com alimentos contendo sal.
Importante: Deve constar em seu assentamento, entre outros objetos de seu culto “os bolos redondos de pembas (cal)” – nome africano => “sésé efun”; é sua arma de encantar.
Título: Chamado de “Òrìsàálá (e no Brasil de Orixalá), cuja contração deu Oxalá (Òòsàálá), sendo seu nome chamado no Brasil.“Obàtálá” => deus criador do homem.
Odùdúwà: Orixá de origem dos povos sudaneses (nagô), ora masculino, ora feminino. Irmão de “Obàtálá” => Òòsàálá (Oxalá), esposa deste, simbolizando a “mãe terra” e Obàtálá o “céu”. Esta união é simbolizada por dois objetos formando uma bola (o Universo) que contém a vida e deve constar, dentro de um “Ilé (Ilê)”, e que traz prosperidade ao mesmo, sendo um “eró”, sendo proibida sua divulgação, só pode dar-se aquém têm àse (axé).
Mito: Como irmão de Obàtálá, Odùdúwà, segundo os mitos, criou o mundo no lugar de seu irmão que dormia, em vez de cumprir a tarefa que lhe dera Olórun, embriagado pelo demasiado vinho de palmeira que bebera (razão pela qual esse vinho de palmeira, bem como, o óleo de dendê é proibido aos filhos de Obàtála/Òòsàála/Oxalá).
Odùdúwà, ascendente dos povos Nagô, por seu filho “Òron Yòn” (pronunciando-se no Brasil como: Oranhiã) => deus progenitor dos povos Nagô (Nações Sudaneses Africanas).
Seu nome verdadeiro era “Odé-dé” (caçador-chegado), dá longa vida, e aos anciãos honoráveis (africanos) que possuem um desses (símbolos) em sua casa (Ilê) abrem-na quando desejam morrer.
É bom que se diga, no Brasil, de modo geral não é cultuado, ou seja, não existe culto e muito pouco lembrada. Porque, seu culto sempre se constitui, baseado, em grandes segredos africanos. Conhecemos alguns, mas nem todos! Por exemplo: Na Nação de Òyó (Pelotas – RS., e arredores) usa-se ou usava-se como Orixá de frente, empregando-se o “awo eró” (segredos secretos) Odùdúwà => odù = cabaça para o àgbo + du = jorrou + wà = existe (cabaça [porongo] de onde jorrou a vida).Tendo sua atribuição como: Criador, distribuidor da justiça, neste Mundo.
“Predominantes nos Cultos/Rituais Africanistas”
Os aspectos predominantes nos Cultos/Rituais Africanistas são leitura de “búzios”; linguagem específica; de uso junto às “divindades” e de costumes africanos ou de africanistas (Brasil). Outros rituais, e de facções umbandistas/quimbandistas, bem como, madames que colocam cartas, todos são embuste à leitura de “búzios”, assim como, até africanistas pára-quedistas de cidade em cidade ou tenda em tenda à cata de clientes. Os africanistas só podem ler seus búzios em seu Ilê (Casa) e perante aos seus Orixás, caso contrário, é duvidoso ou logro, também são chamados de embusteiros.
Como também, são predominante e belo, as oferendas de frutas; flores; comidas de origem africanas e o respeitoso voto de sacralização de animais aos Orixás, sendo uma obrigação milenar, oriundo primitivo africano.
Vestuário de acordo com os Orixás (ornamentos, guias, cores, etc...), altar das Divindades; cerimônias públicas para diversos fins, inclusive para apresentação dos futuros seguidores; diversos instrumentos musicais primitivos e específicos.
Os Orixás, nos rituais e cultos africanistas, têm como predominante o seu grande repositório, dominando mar; céu; terra; cachoeiras; rios e o homem, bem como, todas as forças cósmicas do Universo. Têm suas preferências pela natureza, roupagem simples, cor, flores, grutas, nascentes, animais, dias, instrumentos de guerra e musicais, melodias e ritmos.
Em suas “lendas”, há tipos que se apresentam como figuras com características humanas como, por exemplo: Iansã/Oya; Iemanjá; Oxum, Ogun, Xangô, eOxalá, significando, respectivamente, a mulher lutadora, a dona das águas do mar, a dos rios e cachoeiras, o guerreiro, como sendo o ministro da guerra, o julgador, justiceiro e também guerreiro e por fim o sábio experimentado.
Feitura - para não deixar dúvidas para muitas pessoas, com relação à feitura de Orixás pessoal. As pessoas, em sua maioria, só têm dois Orixás; mas, há possibilidade de até três, a fim de equilibrar a personalidade e a individualidade, caso contrário é piada! Ou, outros interesses, como financeiros etc...
O Orixá de cabeça (Olórí) e o de frente/corpo (Eléèdá ou Eléèmí => Orixá protetor pessoal). Mas não é muito fácil compreender, devemos ir analisando vários fatores, após um estudo mais apurado e de confirmações com outros Feitores, dá-se melhores informações sobre os Orixás de cada um (pessoal).
“UMBANDA”
Pode-se dizer, hoje, como sendo, uma das religiões dos brasileiros. Tomando o significado geral da religião dos negros do Rio de Janeiro e também como em outros Estados do País.
É a religião, dos cultos de ancestrais (Egúns com luz), de caboclos, boiadeiros, pretos – velhos, certas falanges de ciganos, marinheiros e crianças, bem como, de escravos e subordinados aos demais, já citados, são os exus e também a exu fêmea (pomba-gira), destes nascendo a “quimbanda”, sendo esta, um dos caminhos, para tão chamada de “Magia-Negra brasileira”. É bom ressaltar, que este culto e ritual de quimbanda, nada tem haver com as doutrinas de cultos/rituais praticados pelos africanistas ou como chamados por muitos de afro-brasileiro.
Uma das diferenças existente e básica entre a Umbanda e com as demais, religiões de matriz africana, encontra-se (diferença) na doutrina de uma e de outra, bem como, também na concepção sacral e na explicação da experiência de mediunidade.
A Umbanda, não deixa de ser um culto como os africanos intitulam, para Bàbá Eégún (Egúns com luz => Guias [caboclos; pretos velhos, etc...]). Já na tradição africana, é o Orixá (Òrìsà) que toma o corpo dos filhos de Orixás (omoòrìsàs); ao passo que, a Umbanda, é o espírito desencarnado de um ancestral ou antepassado que se manifesta no médium. Possuindo um linguajar bem diferente e misturando várias línguas, ou seja, falam através da matéria do médium.
Ao passo que, em alguns rituais de origens africanos, principalmente, no Candomblé, o Orixá “não fala e nem canta, mas sussurra e grita”; porque, não existe no Candomblé (de forma geral) uma doutrina, assim como, de ensinamento do linguajar (idiomas) africano aos seus sacerdotes, e extensivo aos adeptos religiosos.
É bom, esclarecer, que no “Batukàjé” (batuque – RS.), em seu início, havia uma doutrina do linguajar africano, tanto de Nagô, Anago e Bantu e, com o tempo foi se perdendo e agravou-se na década de 60, pela discriminação racial nos USA. Isto, vindo a repercutir nos afro-descendentes, da época e até os dias de hoje, no Rio Grande do Sul e, os mesmos, passaram obliterar o linguajar africano em troca da língua oficial do País, em suas comunicações diárias; mas, ainda existe, pouco é verdade, não com a mesma intensidade do passado, nos cultos/rituais religiosos, o linguajar africano, que aos poucos, estamos resgatando, principalmente, o idioma yorùbá.
A Umbanda tradicional ou de antigamente baseava-se nos ensinamentos dos orixás, dos guias e protetores, cuja essência era fornada pelo ABCDEF, como sendo a sigla representativa de amor; bondade; caridade; desprendimento; evolução e fé, tanto que seus rituais e trabalhos sérios não tiravam o caráter benevolente para com as pessoas.
Hoje, como a Umbanda cruzada ou também chamada de popular, e com o desenvolvimento de Quimbanda em nosso País, devido, as facilidades e influência de drogas e vícios existentes, a mesma, vem soterrando a própria Umbanda e demais religiões de matriz africanas em nosso País, na conquista de novos adeptos religiosos.
A base dos aspectos predominantes de Umbanda tradicional em nosso País, são rituais de várias origens; roupas simples e brancas; imagens de santos católicos; pretos-velhos; caboclos e índios; desenvolvimento de doutrinas umbandistas ao médium, através de freqüência permanente e de acordo com sua capacidade mental e espiritual, atinge graus ascendentes; com o auxílio dos palmeados e de instrumentos simples e rústicos. Cultuando às vezes, alguns orixás de origem africana e instrumentos como tambores e outros, sendo esta, chamada de popular ou cruzada.
O nome de Umbanda de Linha Branca é dado quando somente há magia branca, ou seja, elevação espiritual e mediúnica, não se utilizando a Linha da Esquerda (Preta) que trabalha com exus, praticando o mal, praticados por pessoas nódoas e sem escrúpulos e sendo escroques. Notificando, que vem nulificando a sublime, Umbanda tradicional.
Ambas não têm nexo aos Cultos/Rituais Africanistas. Que a sociedade brasileira realiza sua judicatura envolvendo todas em uma só religião.
É de bom alvitre dizer que a Umbanda tradicional trabalha para a evolução espiritual; mental e mediúnica dos vivos. No século XXI, existe a necessidade de elucidar e de externar ao ser humano as facções de escroques existentes em nosso meio, confundindo o leigo.
Em breve, a tendência é de unir as facções religiosas que trabalham para o bem e a evolução do homem. Temos que buscar na formação intelectual de cada pessoa e suas aptidões, sendo importante, para feitura de futuros sacerdotes. Já que a Umbanda não é um culto, mas sim uma religião popular. Caso contrário, será um niilismo para as religiões populares neste País.
A principal finalidade de Umbanda seria o serviço aos espíritos humanos “encarnados ou desencarnados”, seja por meio da doutrinação ou do auxílio espiritual, se destacando nas dificuldades materiais e morais, alívio ou cura de doenças.
“O Sincretismo”
Com a dificuldade dos africanos cultuarem seus costumes religiosos (os padres queriam catequizar os negros-escravos-africanos ao catolicismo) na nova Terra, optaram por fazer uma aproximação dos santos católicos (desta forma os padres catequizadores acreditaram que os negros-escravos-africanos estavam cultuando os santos católicos) aos Orixás, por eles, cultuados na África-Negra. Tornando-se assim, mais compreensível os usos e costumes dos escravos pelos seus patrões e representantes da Igreja Católica; mas, mesmo assim, com a perseguição e discriminação de muitos.
Assim, os escravos, embora “convertidos” ao catolicismo (cristianismo), continuavam a praticar seus rituais, com muitas restrições, em idiomas de origens de sua Nação - África-Negra.
É bom que se diga; as relações que os escravos faziam entre o Orixá e o Santo Católico eram interessantes e com muita esperteza, como por exemplo: Entre muitas, as comparações feitas, entre Ogum e São Jorge; Xapanã/Sakpatá e São Lazaro/São Roque; sendo este Orixá, o deus da varíola e, o santo tem o corpo coberto de feridas.
Observação: Na verdade, o sincretismo nos leva apenas a comparações, havendo na conversão dos negros-escravos-africanos e seguido até pouco tempo por alguns afro-descendentes ao catolicismo uma grande ilusão de catequese. Hoje, lutasse para desfazer esse sincretismo; mas, o leigo insiste em mantê-lo! O sincretismo, criado na época como fuga ou disfarce, para o negro-africano poder cultuar seus rituais religiosos de origem. Hoje, não existe mais a necessidade, embora, ainda exista a discriminação religiosa neste País, principalmente, em um Estado como o Rio Grande do Sul, sendo colonizado, em sua maioria por povos de origem europeia.
As religiões de matriz africana tiveram no Brasil, em seu princípio e até os dias de hoje, existindo perseguições e discriminações, embora, tenha um vasto campo de proliferação e sendo muito fácil, e como ainda sendo utilizado, por muitos, do sincretismo permanente. Embora, não exista mais essa necessidade.
Assim, iremos encontrar no País:
Candomblé = Nome falso das origens dos negros-africanos, sendo de origem espanhola (Argentina/Uruguai). Se fosse o nome africano, seria então “kandombe” do idioma Bantu, dialeto Kimbundo => (costume dos pretos) dança sem fins religiosos na África-Negra. A prova do que o sincretismo está no próprio “Candomblé”, é só notarmos as “Confrarias religiosas na Bahia”. Aos leigos ou desinformados, o Candomblé se diz o núncio das verdadeiras religiões de matriz africana, estão nefando.
Bàbásuê = No Pará e Piauí, tendo fluência da Casa Grande das Minas (Jèje).
Tambor = Chamado de Tambor de Mina ou de Nagô. Culto de ritual “daomeano” principalmente no Estado do Maranhão.
Xangô = Nome usado por leigos para designar os cultos de matriz africana em Recife e nas Alagoas.
Macumba = Nome dos Cultos afro-brasileiros, do Estado do Rio de Janeiro.
Catimbó = Nome dos Cultos relacionado à pajelança, com várias procedências. Muito comum no Nordeste Brasileiro.
Batukàjé = Nome original do idioma Bantu, dialeto Kimbundo. Passando a chamar-se; genericamente, ou de forma geral de “Batuque” no Estado do Rio Grande do Sul. Sendo este o Estado, um dos últimos a introduzir os serviços de escravos negros. E, em princípio, a maioria de escravos-negros de origem, de povos, sudaneses e depois os póstero escravos-negros, os de origem de povos Bantu, os quais, deram o nome dos Cultos e Rituais Religiosos de Matriz Africana no Rio Grande do Sul. Possuindo hoje, em nosso País, os rituais mais semelhantes e tradicionais existentes da África-Mãe. Mas, também existe, entre muitos, Africanistas o sincretismo, devido, há várias influências, perseguições e discriminações.
Por fim, devo elucidar para todos, que as Religiões de Matriz Africanas, de modo geral, encontram-se muito modificadas de seu princípio em nosso País, sofrendo grandes alterações no seu “Fundamento” e principalmente, em seus Cultos/Rituais a passo largo. Devido, a má preparação, hoje, dos futuros Babalorixas e Ialorixas está comprometendo a continuação dos usos e costumes das tradicionais Religiões de Matriz Africana, sendo que as pessoas menos avisadas passam a adotar as deturpações através da persuasão dos sofisticados “Feitores de Orixás” que não têm qualquer preparo, negaceando e nocivo ao “Fundamento” e dos Rituais de Matriz Africana; aplicando um neologismo e niilismo do “Fundamento e Rituais”, fazendo de seus adeptos os néscios das Religiões de Origem Africana, visando sim, dos mesmos, somente o lado financeiro. O que acaba prejudicando as demais manifestações nobres e religiosas existentes em nossa Comunidade, Estado e País.
“Esclarecimento”
O que é Nagô – Anago – Bantu?
Tenho observado, erros cometidos por africanistas, assim como, de simpatizantes das Religiões de Matriz Africana, com relação ao emprego da palavra “Nagô”!
Nagô
Devemos esclarecer que a palavra “Nagô” não significa uma Nação ou Reino Africano, e sim, sendo uma denominação dada pelos “franceses” aos povos africanos sudaneses que compreende as Nações: de Òyó; de Ijèsà; e de Kétu, todas elas de “Idiomas Yorùbá” que pertence aos grupos “Kwa ou Nígerokameruniano” de Línguas Africanas Sudanesas. Que também compreende vários sub-grupos e dialetos, entre os quais o “Egbá” – que inclui a Nações de Kétu e Ijèsà.
Portanto, “Nagô” quer dizer; várias Nações Sudanesas Africanas, entre as quais, existem seus costumes e rituais religiosos.
Devido, aos “empórios de escravos no Brasil” e a misturas de crenças, costumes e práticas religiosas destes povos sudaneses africanos, chamados de negros Yorùbás. Também, deu-se, o mesmo, nome no Brasil, como nem os franceses, de “Nagô”. A religião que trouxeram estava poderosamente plantada na sua Terra Natal, servindo de modelo para outras Nações Africanas, onde nasceu o termo de “Anago”, formando-se com o Nagô mais as religiões das áreas vizinhas, e mais particurlarmente entre os povos “Ewes” (Evoes), conhecidos no Brasil como povo Jèje, os mesmos, são vizinhos dos Nagôs na África. Têm as mesmas divindades, mas com nomes diferentes, que conservam em oclusão.
Uma das principais características das “Casas de Cultos (Jèje) é a presença de “Dã”, serpente não venenosa, companheira de todos os voduns (divindades). Já na África, como a religião andava de mãos dadas com o poder civil, também a realeza, nos territórios de leste e a oeste, seguia os padrões “Nagôs”, com seus “reis” pagando tributo, real ou simbólico ao soberano Reino de Òyó. Sendo a Nação de Òyó, a principal Nação Sudanesa Africana (Nagô), tanto na África como no Brasil, devido, o “Fundamento e seus Rituais religiosos” em todos eles, existindo a lógica entre o Fundamento e os Rituais, por eles praticados.
Anago
Como já citei acima como se formou o “Anago” na África. Aqui no Brasil, damos, o mesmo, exemplo no início das Nações Religiosas Africanistas do Rio Grande do Sul e, em outros Estados do País. A princípio, no Rio Grande do Sul eram a maioria, hoje, já predominando os de Nações de Bantu (por exemplo: Cabinda). Devido, a facilidade nas feituras de adeptos, dando-se aproliferação desta Nação em nosso Estado.
O “Anago”, é bom sempre esclarecer, que são as Nações Sudanesas (de Òyó; Ijèsà; Kétu) e mais a Nação de Ewe (Evoes), dita de Nação Jèje; o “Anago” também chamado no Brasil de “Nagô-Vodú” ou “Nagô – Jèje” => formou-se com a únião do povo Nagô com Ewe (evoe) Língua da África Ocidental, falada em parte da região da antiga Costa do Ouro (atual Gana), Rio Volta, Togo e Daomei (atual República Popular do Benin). Tem vários grupos dialetais e dialetos, como Ewe propriamente dito, “Fon” (Jèje do Dahomey); “Mina” (anexo, popo, etc...), “Anlo”, “Inland”, “Fantis”, “Esantis”, “Camarões”,
“Gabões”, habitantes da “Costa”, “Hauças”, “Maometanos”, etc...
Devemos ressaltar, para fins de “religião” – “Fundamento e Rituais”- e para formar-se o “Anago” pode ser uma só ou mais Nações Sudanesas acresentando-se mais a Nação de Jèje.
Ewe (Evoes) => língua que pertence ao Grupo Kwa, foi falada juntamente com a Língua Yorùbá, no Brasil, pelos escravos vindos dessas regiões, especialmente os Dahomey => que tiveram o nome geral de Jèje. Embora tivessem sido muito influenciados pelos povos Nagô, deixaram algumas palavras, bem como, alguns rituais nos cultos religiosos e também certos dialetos ainda são falados por um ou por outro, em certas Nações de origem Jèje que exitem no Brasil, mas com a predominancia do Nagô (Yorùbá). É bom que se diga.
Entre os demais, os Nagôs sempre exerceram, do ponto-de-vista religioso, uma grande e inconstestada supremácia, devido, ao grande Reinado de Òyó na África, com relação a toda cultura religiosa africana, inclusive sobre aos povos Bantus, menos cultos aos costumes religiosos na África.
Bantu
É um Grupo ligüístico, chamado no Brasil de povos “Banto”, compreendendo milhões de africanos, com inúmeras línguas e quase 300 dialetos, possuindo aproximadamente 2/3 da África Negra.
A população escrava, vinda para o Brasil, era formada quase que totalmente dos negros de origem “Bantu”, e principalmente, os negros de “Angola” e “Congo”. Os escravos aqui chamados de: Banquelas ou Bangalas; Rebolos; Munjolos ou Monjolos; Makuas; Musikongos; Moçambiques; Cabinda, está última se destacando no Sul do País, (onde, juntamente com a Nação de Òyó, vinda em primeiro lugar ao Estado – RS.). Mas, eram poucos escravos, os procedentes das colônias portuguêsas de Moçambiques e da Guiné, vindos para o Brasil.
No momento da chegada dos “Nagôs”, um século e meio, já de escravidão no Brasil, os negros escravos existentes de origem Bantu, já haviam sido desafricanizados e apagando os seus costumes, as suas crenças religiosas, as suas línguas nacionais. A maioria dos escravos Bantus no Brasil, esse Grupo, e cujas línguas, Kimbundo e Kikongo, entre outras, são as que mais termos deixaram em nossa linguagem religiosa atual.
Quanto aos costumes religiosos, associaram-se ou mesclaram-se com as demais, principalmente, no Rio Grande do Sul. O importante foi o nome dado pelo povo Bantu aos Cultos Religiosos do Rio Grande do Sul => do Batukàjé, que no passar dos tempos, originou o nome popular de Batuque dos gaúchos.
Como também devemos elucidar, pelos estudos até hoje realizados. Na África, os povos Bantus, houve tempo em que os de Nação de Angola (do Congo ou Kongo, Cabindas e Banguelas, inclusive) jamais passaram do nível de gênios ou demiurgos; a colonização portuguesa interrompeu o processo natural de codificação de crenças e práticas e, portanto, do surgimento de ordens sacerdotais; seminômades em grande parte, os negros de Nação de Angola e outras de povos Bantus, teriam os seus lugares de oração, mas não em templos. Tudo isto, os esperava, porém, no Brasil, graças aos Nagôs e Anagos. Tendo aceito a nova religião, como o fez toda a massa escrava, Cabindas, Banguelas, Rebolos e outros, reinterpretarem o modelo recebido pelos Nagôs e Anagos, fazendo aproximações entre as suas “divindades (do povo Bantus)” e as dos Nagôs e Anagos, adaptando aos seus costumes o ritual (muito rígido e mesmo hierático entre os Nagôs/Anagos, mais livre entre os povos Bantus).
É de bom alvitre dizer: Os três tipos de Religiões de Matriz Africanas realizadas em nosso País, ligam-se, em geral, entre si, elementos socialmente acomodados de emprego, de situação familiar estável, capazes de satisfazer as “Obrigações Religiosas” individuais e de acorrer às necessidades sociais das “Casas de Cultos Religiosos de Origem Africanas”.
Finalizando e apenas para ilustrar o que é a religião africana no Rio Grande do Sul, em sua fidelidade aos fundamento e religiosidade, que Caetano Veloso em sua música Rock’n’Raul, canta: “A verdadeira Bahia é o Rio Grande do Sul.”
Axé a todos.
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