Para definir, devemos retroceder ao início de nossa colonização.
Havia necessidade de progresso, nas colônias, para compensar economicamente as despesas feitas e, para mantê-las. A colônia devia produzir e dar lucro para o colonizador.
Escraviza-se o homem nativo, da terra “o índio”do Continente Americano, como o chamavam. Porém, este, não se adaptou ao estado de coisas, mesmo muitas campanhas foram levantadas,tendo a frente padres jesuítas, contra este tipo de escravidão.
Surge um recurso, o homem de cor preta do Continente Africano, e com ele, um rendoso tráfico. Então, infiltra-se no Brasil mais um tipo racial além do branco usurpadores da terra e o dono da mesma. Traz o homem de cor preta, sendo na sua totalidade Nagò e Bantus, consigo, o Fundamento Religioso e Rituais místicos de sua terra. E, aqui, em nossa Pátria, ouve-se pela primeira vez, quem sabe, o “tan-tan” africano.
Combate o branco, os seus rituais, proibindo tais manifestações e, mais uma vez, os jesuítas intervem permitindo os seus trabalhos, procurando ao mesmo tempo apresentar, através da catequese, um único Deus.
Assim, traduz-se o termo Orixá por Santo, em similitude ao Santo Católico, datando daí, a confusão entre o Santo Católico e o Orixá. E, ainda mais com a tolerância dos ritos africanos, deu-se uma mistura dos dois rituais: Católico, Nagò e Bantus, notando-se, nas primeiras épocas de colonização, Santos Católicos entronados em mesas de Batukàjé(Batuque) e Kandombe(Candomblé).
O São Jorge, passou a ser Ogum ou Oxossi e a confusão continuou, não que o negro iniciado não soubesse suas diferenças, porém, aceitou por necessidade. Tanto que, se por cima de uma mesa tosca havia uma estátua de um Santo Católico, por baixo ou atrás estava o feitiche do Orixá Africano, o Etá ou Otá (ocutá).
É tradição, e ainda continua até os dias de hoje, até mesmo para sensibilizar novos adeptos e para mostrar aos leigos que não se trata de uma Religião demoníaca.
Observação importante:
Ainda hoje, o sincretismo se faz sentir, embora não mais necessário. Pessoas mal informadas, não obstante a sua vontade, ainda confundem a verdadeira doutrina Afro-Brasileira com os resíduos provenientes da época da escravidão.
Informação:
Estas reuniões de Cultos Afro-Ameríndio-Católico, tomaram várias denominações, tais como: Na Bahia, Candomblé (origem, Kandombe), deturpação por extensão do termo que se referia às grandes festas anuais do africanismo. Os Encantados de Caboclos, onde o misto é mais nítido. O cabula, sociedade secreta de componentes bantus, que teve o seu apogeu com o “13 de Maio”, entrando rapidamente em declínio e, atualmente, quase extinta. O Xangô, do nordeste Brasileiro, onde a dosagem da cultura ameríndia é bem maior. O Catimbó, no norte do País, com influência da magia mediterrânea, com seus bonecos de cera e a aceitação de manifestações, por médiuns, de espíritos de animais desencarnados como o da cobra grande, sem levarmos em consideração o símbolo esotérico da nossa “boi-açu”. Macumba, no Rio de Janeiro. Batukàjé ou Batuque ou até mesmo Toque, no Rio Grande do Sul.
O Africanismo impuro, por influência do Catolicismo traz, simultaneamente, para as suas fileiras, as tradições religiosas do aborínige brasileiro, surgindo cultos especiais, formando dois grupos distintos: O daqueles que admitiam, em suas reuniões, sòmente manifestações de Orixás, lutando pela pureza dos ritos iniciais e, o dos que também aceitaram manifestações de outras entidades espirituais, no caso, os Exus.
Daí, com a evolução e da própria mentalidade do povo, o sincretismo Afro-Católico que, de início, era uma máscara, hoje em determinados Estados do País até pode ser sincero mas, não é verdadeiro. Muitos dos adeptos afro-brasileiro consideram o Santo e o Orixá apenas um, afirmando, sómente o nome muda.
Embora, muitos adeptos, nas Nações Africanas seja tradição se dirigir ao Santo Católico em língua Africana mas, não quer dizer, que aquele Santo seja o verdadeiro Orixá.
É importante relatar que, nos Cultos Afro-Brasileiros, os Orixás são de outra natureza. Ao contrário dos Santos Católicos, esses Orixás nunca tiveram vida material, vida terrena, nunca tiveram carne e osso. Ex.: O Orixá feminino Yansã nada tem com Santa Bárbara, pois Yansã é um Orixá, é uma das forças da natureza e, Santa Bárbara passou pela matéria.
“Foi um esperto, Bàbálòrìsà africano, que apenas visava à sobrevivência de sua Religião, oprimida. Convencendo o senhor branco de que os negros “ignorantes” chamavam São Jerônimo, de Xangô, assim o sacerdote africano conseguia permissão para celebrar seus atos religiosos, com segurança, sem o receio de perseguições.”
Essa, é a verdadeira história. Nada de hipocrisias, de fingimentos, que, aliás, não mais são necessários, todos os africanistas, deveriam abolir essa tradição, que hoje é pejorativa, não deixando definir como sendo uma Religião Primitiva, descendentes dos Kamitas.
Um velho ditado diz: “O homem é a medida de todas as coisas.” Os Cultos Afro-Brasileiro, desse modo, não podiam escapar à regra geral. Daí as “Lendas dos Orixás”, aos quais atribuíram sentimentos quase humanos.
Então, para finalizar, quero deixar dito, aquém interessar, Santo Católico não é, e nunca será Orixá; como Orixá jamais será um Santo Católico.
Axé a todos.
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