É a única Religião, que tem um “Ritual” consagrado especialmente às crianças. Ibejí (Nagô, Oió, Jêje, Ijexá, Cabinda) presidem todo ato intelectual, a renovação, elevação pessoal e de ambientes.
Realizam-se oferendas para se obter sucessos em assuntos de saúde, questões de intelecto, processos na justiça, despacho de papéis, quebra de demandas e atração de novos adeptos.
Existem vários rituais de mesas em homenagem, agradecimento, pedidos de misericórdia, saúde, harmonia, agradecimentos e também para “Levantar uma Obrigação de 4 Pés “Ebó”.
No entendimento de muitos, cada um tem sua maneira diferente de ser realizada e seus objetivos a ser alcançados.
Na idade máxima até os doze anos; entre as crianças poderemos incluir o Pai ou Mãe de Santo do Ilê, mulheres grávidas, que devem sempre participar da mesa.
Quero ressaltar que, “Mesa de Ibejí” não é “festa de aniversário”, tem um Ritual à ser cumprido.
Devemos servir as crianças sempre no sentido anti-horário, servindo pelo lado esquerdo das crianças e para retirar os pratinhos, se retira pelo lado direito das crianças sem passar os mesmos por cima da cabeça, devendo completar a volta na mesa.
Sempre no sentido anti-horário, e depositar dentro do Pejí (Quarto de Santo) os restos de salgados e de doces, bem como, tudo o que sobrou da mesa.
Dependendo do lado religioso. Sendo em sua maioria, plantada toda a sobra da “Obrigação” no pátio do Ilê (casa). Em outros casos, são despachados em praças públicas, praias de água doce e até mesmo dentro d’água, conforme a “Obrigação” e qual o seu objetivo!
Devo também elucidar que todos os Axés são frios e não quentes a serem servidos na mesa.
Antes devem ser arriados dentro do “Peji” (Quarto de Santo), para depois serem colocadas na mesa porque tudo tem que passar pelos olhos dos Orixás, e os mesmos, tem que dar seu axé!
A mesa de Ibejí é de Xangô Aganjú e Oxum Panda. As crianças são servidas em pequenas quantidades para que não sobrem restos nos pratinhos, ou um filho (a) da casa poderá ajudar caso a criança não queira.
Deve-se ter cuidado para que no decorrer da mesa nenhum pratinho seja levantado da mesa.
Filhos de Oxun e Oyá são quem servem o mel na boca das crianças.
E quem dá água é o Pai ou Mãe de Santo, mas, quem lava as mãos das crianças são os filhos de Yemanjá (isso nem sempre é uma regra, pois nem sempre se têm nas casas filhos destes Orixás) e quem seca as mãos são os filhos de Oxalá ou os próprios Orixás.
Os brinquedos são dados, logo após, na porta do “Pejí” pelo Feitor (a) ou pelos filhos do Ilê ou pelos Orixás presentes. Lembrando que todo o Ilê tem o seu próprio “Ritual”,
Na mesa servimos doces em geral, canjicas, canjas, e frutas, refrigerantes, e comidas de xangô. Um bolo que poderá ser de Xangô ou Oxum (amarelo, ou todo branco) enfeitar a mesa com flores, ter no meio da mesa um amalã para Xangô, frente de Bará Agelú, mel, uma bacia com água (que ficará tapada no Pejí, para no final lavar as mãos das crianças) entre outros adereços. E coisas pertencentes aos Orixás.
Ressalto aqui que isso tudo muda um pouquinho dependendo do lado da Nação da de religião.
Inicia-se a mesa com 6 ou 12 crianças sentadas no chão envolta da mesa, todas começam a comer primeiramente os salgados, mas na ordem do dono da casa todas iniciam á comer simultaneamente.
Com toque de tambor, inicia-se o ritual que se inicia com rezas de Bará Agelú, e depois para Xangô e Oxum.
Nem sempre se faz uma mesa para aliviar uma obrigação de 4 Pés, às vezes as mesas acontecem como agradecimento, e homenagem aos Orixás. Sendo da vontade do Pai ou Mãe de Santo donos da casa, se faz sempre que necessário.
Novamente ressalto que isso tudo muda um pouquinho dependendo da Nação da casa de religião.
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