Aulo Barretti Filho
Hoje estamos fazendo o lançamento do conceito “Òrìsàismo & Òrìsàistas” por nós criados. Òrìsàismo: é o conjunto das religiões ou a religião dos que cultuam os Òrìsà Yorùbá. Somos, então, Òrìsàistas.
A cidade de Ilé-Ifè na Nigéria é considerada pelos yorùbá como o local de origem do mundo, consequentemente, o lugar de origem dos primeiros e principais subgrupos yorùbá.
Ilé-Ifè é o berço de toda religião tradicional yorùbá – a religião dos Òrìsà, um lugar sagrado, “aonde os deuses ali chegaram e criaram a civilização, deixando os ensinamentos aos mortais de como os cultuarem”.
Os Yorùbá, grupo étnico que hoje, na sua grande maioria se concentra na Nigéria, em menor parte no atual Benim (antigo Daomé) e sua minoria no Togo e em Gana, todos estes países, na África Negra.
O grupo étnico yorùbá é subdividido em vários subgrupos, tais como: os Kétu, Òyó, Ìjèsà, Ifè, Ifòn, Ègbà, Èfòn, etc. Esses deram origem na diáspora à religião dos Òrìsà, mais especificamente no Brasil.
Portanto, a religião tradicional yorùbá é a matriz do culto dos òrìsà.
Com o universo já constituído por Olódùmarè, o Preexistente, é na cidade de Ilé-Ifè que o mundo tangível foi criado, aonde nos tempos imemoriais os òrìsà chegaram.
Religiosamente falando, é o berço de todos os povos do mundo.
Nesse caminhar, a Religião dos Òrìsà, foi instituída. A diáspora impôs aos negros, uma “vida” escrava nas Américas recém-descobertas. Através do processo da escravatura as religiões africanas se enraizaram e tomaram as mais diferentes formas de como cultuar suas divindades, no nosso caso, os Òrìsà.
No Brasil, tradicionalmente, os yorùbá, se auto agruparam, por n motivos históricos, nascendo assim às religiões chamadas de matriz africana yorùbá.
A religião dos Òrìsà no Brasil tem, portanto, a sua origem na religião tradicional yorùbá, são as afrodescendentes do Preexistente Olódùmarè e do culto aos Òrìsà.
Quem cultua: Èsù, Ògún, Òsóòsì, Òsanyìn, Erinlè, Ìrókò, Sàngó, Oya, Obà, Obalúàyé / Sànpònná, Nàná, Òsùmàrè, Yemoja, Yewá, Òsun, Lógunède, Òsàgiyán, Òsàlúfón, etc. Todos são nomes de Òrìsà da religião de matriz africana yorùbá. Sejam, os ditos de candomblé Keto, Angola, Jeje-Nagô, Jeje, Ijexá, Efã, etc. Os de Batuque, os de Xangô, etc. Os de Umbanda sejam de quais segmentos forem.
Tantos e quantos forem, dos mais diferentes nomes e ritos, se cultuarem Òrìsà, com a mais absoluta certeza possível, podemos chamá-los, ainda que com cultos e ritos parciais, de origem yorùbá, pois, cultuam Òrìsà.
Portanto, posso com a premissa descrita e aceita, intitulamos, genericamente, de sermos todos pertencentes, de um modo ou outro, a religião dos Òrìsà.
Sendo assim, conceituo que somos seguidores da religião do Òrìsàismo: o conjunto das religiões ou a religião dos que cultuam Òrìsà.
Somos então, Òrisàistas.
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