domingo, 16 de outubro de 2011

Arquétipo dos Filhos dos Orixás

ARQUÉTIPO DOS FILHOS DOS ORIXAS

FILHOS DE BARÁ

Os filhos de Bará possuem um caráter ambivalente, ora são pessoas inteligentes ou compreensivas com os problemas dos outros, ora são bravas, intrigantes e ficam muito contrariadas. As pessoas de Bará não tem paradeiro, gostam de viagens, de andar na rua, de passear, de jogos e de bebidas. Quase sempre estão envolvidas em intrigas e confusões. Guardam rancor com facilidade e não aceitam ser vencidas. Por isso para ter-se um amigo ou um filho de Bará é preciso que se tenha muito jeito e compreensão ao tratar-se com ele.

FILHOS DE OGUM

Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto.
Os homens e mulheres que têm Ogum como seu Orixá de cabeça, vão ter comportamentos diferentes, de acordo com os segundos e terceiros Orixás que os influencia adjuntós (adjuntores). De qualquer forma, terão alguns traços comuns: são conquistadores, incapazes de fixar-se nu mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina tornará o filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande, a franqueza absoluta, chegando mesmo à falta de tato.

FILHOS DE IANSÃ

Arquetipicamente, Iansã é a mulher guerreira que, em vez de ficar no lar, vai à guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem as batalhas a grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo.
Costumam ver guerra em tudo, sendo, portanto competitivos, agressivos e dados a ataques de cólera. Enfrentam a guerra do dia-a-dia, os filhos de Iansã costumam ser meio individualistas, achando que com a coragem e a disposição para a batalha, vencerão todos os problemas, sendo menos sistemáticos, portanto, que os filhos de ogum.
São quase que invariavelmente de Iansã, os personagens que transformam a vida num buscar desenfreado tanto de prazer como dos riscos.
Ao mesmo tempo, quando rompem com uma ideologia e abraçam outra, vão mergulhar de cabeça no novo território, repudiando a experiência anterior de forma dramática e exagerada, pode acontecer com os filhos de Iansã num dado momento de sua vida, tão ou mais radical ainda que a anterior.
O temperamento dos que têm Oyá como Orixá de cabeça, costuma ser instável, exagerado, dramático em questões que, para outras pessoas não mereceriam tanta atenção e, principalmente, tão grande dispêndio de energia.
São do tipo Iansã, aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque de cólera no meio de uma festa.
Como esse arquétipo que gera muitos fatos, é comum que pessoas de Iansã surjam freqüentemente nos noticiários. Ao mesmo tempo, é um caráter cheio de variações, de atitudes súbitas e imprevisíveis que costumam fascinar (senão aterrorizar) os que os cercam e os grandes interessados no comportamento humano.Os Filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e chocantemente diretos. A longo prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus objetivos e pretensões.
São muito ciumentos, possessivos, muitas vezes se mostrando incapazes de perdoar qualquer traição.
Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis para os poucos escolhidos para seu circulo de mais íntimo.
Um problema, porém, pode atrapalhar tudo: a inconstância com que vê sua vida amorosa.
Todas essas características criam uma grande dificuldade de relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã, não há ética que segure os filhos de Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.

FILHOS DE XANGÔ

Pessoa forte com discreta tendência a obesidade, com estrutura óssea bem desenvolvida, sendo fácil identificado visualmente, pela aparência ou modo de andar. A mulher, filha de Xangô, tem tendência a falta de elegância, não que tenham dificuldade de reconhecer roupas bonitas, tendo muitas vezes uma vaidade intrínseca especial, que custa caro. Por causa do tipo físico de Xangô, suas filhas, tendem a ter um jeito masculino de andar, não caracterizando preferência sexual.
Seus filhos são mulherengos (os homens), já suas filhas são belíssimas amantes, não costumam ser conhecidas socialmente e não são dadas a aventuras. São honestos e sinceros em seus relacionamentos mais duradouros, pois o sexo, para eles é de vital importância, porém depois de satisfazer o desejo, o coloca em segundo plano.
Apresentam altas doses de energia e grande auto-estima, julgando-se importantes. Suas opiniões são decisivas, em quaisquer situações ou assuntos, sendo às vezes egocêntricos.
Quando chamado a opinar, opinam segundo seu modo de ver e entender o caso, dando a última opinião ou veredicto e terminam o assunto, deixando a outra parte sem saber o que fazer. Quase sempre intervem de forma violenta, em suas opiniões, resolvendo tudo de forma demolidora e rápida, e neste momento, quando todos acatarem sua resolução, retoma seu comportamento usual.

FILHOS DE ODÉ

O filho de Odé apresenta em seu arquétipo as características atribuídas ao orixá. Representa o homem impondo a marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas sem alterá-lo. Odé desconhece a agricultura, não muda o solo para nele plantar, apenas recolhe o que pode ser imediatamente consumido, a caça.
Psicologicamente identifica-se um filho de Odé pela sua necessidade de independência, sua necessidade de serem livres. Os filhos de Odé normalmente se comportam como um caçador à espreita, tem gosto pelo silêncio e observação, geralmente associados, entretanto, a pessoas jovens e ágeis, tanto mental como fisicamente. Possuem grande capacidade de concentração e firme determinação de alcançar seus objetivos, além da paciência típica do caçador para aguardar o momento certo do ataque.
Assim como o orixá, seus filhos não são guiados pelo poder ou ambição, mas sim pela simples necessidade de sobrevivência, não sonham muito, mas sabem exatamente quando e como agir para alcançar seus objetivos. São muito discretos quanto as suas sensações e seus comentários, são pessoas reservadas, não gostam de julgar ninguém.
Não se entusiasmam em trabalhos de equipe, preferem estar sozinhos, porém com grande senso de responsabilidade, pois seu traço principal é o de provedor. Podem ser paternais, porém não no sentido de intimidade com a família, mas sim aquele que trabalha para que nada lhes falte. Os relacionamentos para os filhos de Odé normalmente são entendidos como a soma de duas individualidades que nunca se misturam, sendo assim sempre buscam pessoas que, assim como eles, possuam o gosto pela liberdade e camaradagem.
Na vida social são pessoas muito alegres e extrovertidas, gostando de viver sozinhas e preferindo receber um grupo limitado de amigos. São o tipo coerente com as pessoas que lidam em com a realidade material, sonham pouco, têm os pés ligados à terra.


FILHOS DE OBÁ

As Pessoas pertencentes a este Orixá são lutadoras, bravas, um tanto agressivas, o que as levam a serem pouco compreendidas. Frequentemente tendem a ter experiências infelizes e amargas. São ciumentas, pois são muito zelosas com tudo o que lhes pertencem. Porém, pessoas de grande valor e dedicação. Tendem a alcançar os seus ideais no sentido mais material do que sentimental, embora encontrem a razão e compreensão para suas frustrações no sucesso material.

FILHOS DE OSSANHE

O arquétipo psicológico associado a Ossanhe é o das pessoas de caráter equilibrado, capazes de controlar seus sentimentos e emoções.
Os filhos de Ossanhe são aqueles que não permitem que suas simpatias e antipatias subjetivas e individuais intervenham em suas decisões ou influenciem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos.
Essa capacidade de discernimento frio e racional, porém, é o responsável pela sua falta de interesse em mexericos ou falatórios. O tipo de Ossanhe é o de mais reservado. Não é introvertido, mas não se faz notar pela atividade social.
O filho de Ossanhe tem certa atração pela religiosidade e pelos aspectos ritualísticos da realidade em geral. A ordem, os costumes, as tradições e os gestos marcados e repetitivos, o fascinam, não no sentido especificamente reacionário das pessoas que querem a repetição das mesmas e imutáveis relações sociais ad eternum, mas no que elas têm de místico, de teatral. É conseqüentemente, meticuloso nunca se deixando levar pela pressa ou pela ansiedade, pois é caprichoso.

FILHOS DE XAPANÃ

Os filhos de Xapanã são: ”pessoas que não conseguem viver satisfeitas quando tudo vai bem para elas. Podem até atingir uma bela situação material e em um belo dia, rejeitar tudo, por causa de certos escrúpulos imaginários. São pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de consagrar o bem-estar aos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses vitais”.
É possível a autopunição dos filhos de Omulú, principalmente em seus casamentos, pois não é raro apaixonarem-se por pessoas extrovertidas e sensuais, como as filhas de Oxum ou Iansã, que ocupam naturalmente o centro do palco, reservando ao parceiro um papel mais discreto. Gostam de ver a pessoa amada brilhar, porém a invejam, vivendo com muita insegurança.
Os filhos de Omulú, como os de Ossanhe, cultuam sua individualidade, são austeros e causam medo aos outros. São irônicos, secos e por vezes discretos

FILHOS DE OXUM

Oxum se aproxima da imagem que se tem de um rio, das águas que são seu elemento, aparência calma que pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas – tudo que não é nem reto nem direto, mas pouco claro em termos de forma, cheio de meandros. Os filhos de Oxum preferem contornar habilmente um obstáculo a enfrentá-lo diretamente.
A imagem doce, que esconde uma determinação forte e uma ambição bastante marcante colabora a tendência que os filhos de Oxum te para engordar; gostam da vida social, das festas e dos prazeres em geral.
O sexo é importante para os filhos de Oxum. Eles tendem a ter uma vida sexual intensa e significativa, mas diferentes dos filhos de Iansã ou Ogum.
Os filhos de Oxum são mais discretos, pois, assim como apreciam o destaque social, temem os escândalos ou qualquer coisa que possa denegrir a imagem de inofensivos, bondosos, que constroem cautelosamente.
Na verdade os filhos de Oxum são narcisistas demais para gostarem muito de alguém que não seja eles próprios – mas sua facilidade para a doçura, sensualidade e carinho pode fazer com que pareçam os seres mais apaixonados e dedicados do mundo.
Verger define: O arquétipo de Oxum é o das mulheres mais graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras.
Até um dos defeitos mais comuns associados à superficialidade de Oxum é compreensível como manifestação mais profunda.

FILHOS DE IEMANJÁ

Os filhos de iemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade e do companheirismo.
Como são pessoas presas ao arquétipo da mãe, a família e os filhos têm grande importância na vida dos filhos de Iemanjá. A relação com eles pode ser carinhosa, mas nunca esquecendo conceitos tradicionais como respeito e principalmente hierarquia.
São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, costumam por isso casar ou associar-se cedo.
Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas obcecadas pela própria carreira, sem grandes planos para atividades a longo prazo, a não ser quando se trata do futuro de seus filhos e entes próximos.
Mas nem tudo são qualidades em Iemanjá, como em nenhum orixá. Seu caráter pode levar o filho desse orixá a ter uma tendência a tentar concertar a vida dos que ao cercam – o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Os filhos de Iemanjá demoram muito para confiar em alguém, bons conhecedores que são da natureza humana. Quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro e íntimo circulo de amigos, porém deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas.
Um filho de Iemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem esquece-las jamais.

FILHOS DE OXALÁ

Oxalá é o pai dos Orixás e, por extensão, de toda a humanidade. Estabelece, pois, entre si e os outros, uma aura não de temeridade, mas sim de carinho. Os filhos de Oxalá, portanto, são pessoas tranqüilas, com tendência a calma, até nos momentos mais difíceis; conseguem o respeito mesmo sem que se esforcem objetivamente para obtê-lo. São amáveis e pensativos, mas nunca de maneira subserviente.
Sabem argumentar bem, são reservados, mas raramente orgulhosos. Seu defeito mais comum é a teimosia, será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um problema.
No Oxalá mais velho a tendência se traduz em ranzinzice e intolerância, enquanto no Oxalá novo tem um certo furor pelo debate e pela argumentação.
Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte majestoso ou no mínimo digno, principalmente na maneira de andar e não na constituição física; não é alto e magro como o filho de Ogum, nem tão compacto como os filhos de Xangô. Às vezes, porém, essa maneira de caminhar e postar-se dá lugar a alguém com tendência a ficar curvado como se o peso de toda uma longa vida caísse sobre seus ombros, mesmo se tratando de alguém muito jovem.

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