BARÁ
Bará é o senhor dos caminhos, caminhos que levam, trazem e fazem as pessoas se encontrarem ou se distanciarem. É quem faz com que os ritos sejam cumpridos, principal responsável pela ligação do mundo espiritual e o mundo material.
Entre dois caminhos, lá está ele, guardando, indicando.
Nada é feito sem antes agradar ao Bará, pois é o único Orixá que faz o elo de ligação entre nós e os demais Orixás. Tanto na passagem, como na comunicação, por isso é considerado o mensageiro.
Bará é um Orixá tão importante quanto todos os outros. Por ser mais ligado com o mundo terrestre, possui certos costumes e temperamentos parecidos com os dos seres humanos.
Por ser um Orixá que cuida dos caminhos onde percorrem homens, Orixás e espíritos e sendo o elo de ligação entre esses mundos, Bará possui múltiplos contraditórios, sendo bom e mau, astuto, grosseiro, indecente, protetor, alegre, brincalhão, violento...
Devido a esses aspectos, foi sincretizado pelos primeiros missionários, com o diabo cristão.
ARQUÉTIPO:
Os filhos de Bará possuem um caráter imprevisível. Ora são bravos, intrigantes e ficam muito contrariados, ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros.
Não aceitam derrotas, são melindrosos, de temperamento difícil. Se você tiver desentendimento com alguém de Bará, aguardem, que haverá retorno.
Seus filhos precisam estar sempre em atividade para poderem liberar toda energia que possuem.
LENDAS:
Um dia, Oxalá estava cansado de ser zombado e trapaceado por Bará, pois Oxalá era muito orgulhoso e geralmente não agradava Bará por ser um Orixá mais velho. Decidiu combater Bará para ver quem era o Orixá mais forte e respeitado. E foi aí que Oxalá provou sua superioridade, pois durante o combate, Oxalá apoderou-se da cabaça de Bará, a qual continha seu poder mágico, transformando-o assim em seu servo. Desde então, Oxalá permite que Bará receba todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar...
Uma outra lenda conta que Bará sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás. Olorun, quando o criou, deu-lhe, entre outras funções, a de comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe. Por isso, nas festas que se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores e cantava, para trazer alegria e animação a todos.
Sempre foi assim, até que um dia os Orixás acharam que o som dos tambores e dos cânticos estavam muito alto, e que não ficava bem tanta agitação.
Então, eles pediram a Bará, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a paz voltasse a reinar.
Assim foi feito, e Bará nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos.
Um belo dia, numa dessas festas, os Orixás começaram a sentir falta da alegria que a música trazia. As cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores.
Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Bará que voltasse a animar as festas, pois elas estavam muito sem vida.
Bará negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada, mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse.
Logo apareceu um homem, de nome Alabê. Bará confiou-lhe a missão de tocar tambores e entoar cânticos para animar todas as festividades dos Orixás. E, daquele dia em diante, os homens que exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros Pais e denominados Alabês.
Frentes:
Milho torrado, pipocas, 07 batatas inglesas assadas, bandeja decorada com papel vermelho.
Local de Entrega:
Cruzeiro de chão batido(de terra), cruzeiros de ruas ou avenidas, no canto...
Domínio:
Abre e fecha caminhos, traz e leva coisas ou pessoas, protege casas, pessoas e estabelecimentos, prende ou solta pessoas ou coisas, dono do sangue, falo (pênis, impotência).
Ao orixá Bará sempre são feitos as primeiras oferendas, pois como a ele pertence o caminho, (e nada se consegue tendo o caminho fechado), o mesmo precisa estar alimentado (energizado), para que as demais forças possam ir e vir.
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