Em muitas sociedades africanas o veneração ancestral é um dos princípios tradicionalmente central e básico mesmo nos cultos contemporâneos.
O culto ancestral africano é enraizado profundamente no mundo tradicional africano. Dinamismo e vitalismo, compreendido de uma maneira existencial, concreta e afetiva e de aproximação.
A realidade é vista e julgada especialmente em seus aspectos dinâmicos relacionados próximos à vida, o mais real e valioso concedido para cada ser. Dando a ênfase a fecundidade, a vida e a identificação entre o ser e o poder ou força vital.
Certamente, o ideal africano dessa cultura é a coexistência de uma existência de uma força vital relacionada com o mundo e o universo. Sobretudo as forças do Deus, que dá a existência e o aumento do poder a todos.
Vêm em seguida os mortos, que são dotados com poderes especiais, que vivem uma hierarquia de acordo com seu poder.
As maneiras diferentes de ser são distinguidas por suas modalidades e grau de participação de força suprema (deus) e em forças superiores de outros seres “espirituais” A força, a alma, a vida e a palavra são conectadas próximas um com o outro.
A palavra é o princípio da vida, excelência vital do par da força (da força do nome, do ritual, da palavra e do mito). Em algum sentido tudo é participação, porque é a mesma força que anima o universo inteiro; e é normal que essa força age em tudo.
SOLIDARIEDADE (RELACIONAMENTO), TOTALIDADE E PARTICIPAÇÃO
O africano representa não somente em sua mente o objeto de seu conhecimento, mas participa nele em uma forma representativa, mas simultaneamente no sentido físico e místico do mundo, como pode ser observado especialmente nos rituais.
A conexão entre a causa (super natural) e o efeito é imediato; as causas secundárias não são admitidas nem não são consideradas insignificantes. O Deus está, na análise final, atrás de todos os respiradouros no mundo. É a fonte da vida e o poder em que todos participam e, é a fundação do solidário, totalitário, e da participação dos seres humanos e cósmica.
Esta visão totalizando, se manifesta pela assimilação do indivíduo no grupo, e pela ausência da diferenciação bem definida entre as várias funções sociais (econômico, jurídica, política, religiosa). O poder da tradição é conectado com a duração cíclica, repetição ritual, gerontocracia (governo por homens velhos), nos culto dos antepassados, nos ritos de iniciação.
O africano não fica satisfeito meramente só por viver no mundo e só experimentar seu ritmo cotidiano de vida, mas deseja sempre também interpretar o simbolismo de todas as coisas criadas, e participar ativamente em plena comunhão com todas elas.
O mundo é e existe para o ser humano, se ele tiver o contato diário com ele, dos mistérios, dos sinais e mensagens: tudo tem que ser interpretado. O que é também proeminente nesta “maneira incorporada de pensar” é uma forte vivência de vida na comunidade, expressado pela participação na vida em comum, em que o indivíduo é introduzido por vários ritos de iniciação.
Isto esclarece o sentido profundo de família mostrada pela ligação com os antepassados. Está sempre conectado muito próximo com a família e a comunidade e com um grande respeito mostrado ao chefe da família e de outros membros de autoridades em comum.
Em muitos casos todos os membros de um clã têm relacionamento místico em especial a um totem (divinizado, orisá) em comum, com que o nome do clã está associado. Há um sentimento marcado pelo sagrado, compreendido como o “tremendum et o fascinosum” (tremendo e fascinação), e é manifestada essa característica, nos ritos da iniciação que compreendem, entre outras coisas, como um retorno à época sagrada dos antepassados, nos heróis da cultura, nos fundadores e nos arquétipos.
O mundo é conectado com o mundo pós morte, e vive sempre em contato próximo com seu antepassados e outros espíritos. Em consequência, isso mostra que a tradição africana é caracterizada profundamente por um comportamento mágico-religioso.
A sociedade e a religião são centradas no homem e em seu bem-estar (bem estar, segurança, proteção). A dignidade humana é respeitada altamente, e o homem tem um lugar privilegiado no universo; interpreta o cosmos nos termos da organização humana. O mundo, fonte eminente da vida, é dado ao homem o poder de reforçar para fazer-lhe mais vida.
O interesse do Deus parece ser baseado principalmente em suas prontidão e capacidade ajudar ao homem em seus interesses terrestres.
O CULTO DOS ANTEPASSADOS
Não há nenhum sistema uniforme da opinião e das práticas deste culto na África. Mas o fato, se encontra nas diferenças de detalhes mesmo no mesmo grupo étnico. Além disso, a veneração ancestral que será descrito aqui não é encontrado em cada comunidade tradicional africana. Não obstante o culto pertence à maioria dos povos.
Adicionalmente, apesar das diferenças, há muitos elementos compartilhados em comum por muitas sociedades étnicas. A veneração ancestral está ligada intimamente na maioria com a África tradicional. Compreendido como o poder sagrado (força vital), entendido com um elemento central.
Este ideal é um das motivações básicas do culto ancestral. Isso porque em muitas sociedades africanas o status ancestral é ligado intimamente com a fecundidade e procriação. Em algumas (mas de nenhuma maneira todas as) comunidades, uma pessoa sem prole não pode transformar-se um antepassado. Há mesmo os casos onde se acredita que nomear um descendente pelo nome de seu antepassado é possível que o antepassado continue a viver em seu descendente.
A opinião é difundida, que o antepassado continuará a sobreviver e nessa circunstância que não será esquecido, isto é, seus descendentes se comunicarão regularmente com ele e oferecer rituais.Bem por isso, o africano costuma ter muitos filhos que o recordarão e se comunicarão ritualmente com ele.
Um antepassado, por sua parte dá grandes benefícios para seus parentes vivos tais como: a saúde, a vida longa, sorte, prosperidade e bons filhos. Ninguém pode ser um antepassado de um indivíduo que não lhe seja relacionado ao familiar – sangüíneo.
É por esta razão que os rituais para os mortos sem nenhuma referência particular sanguínea, são considerados geralmente como não pertencendo ao culto ancestral. Embora haja casos onde o relacionamento ancestral não é fundado em laços da família (por exemplo: quando tal relacionamento de uma em sociedade comum - religiosa ou secreta), contudo tal relacionamento raramente - vai além dos limites tribais.
É óbvio que o africano manifesta uma forte da tendência dialética em sua atitude para seus antepassados, a saber: de medo, mas também com uma atração para com eles.
Como pode ser visto na descrição acima há umas várias razões de tal atitude ambivalente. Entre tais razões, o sentido do sagrado dos antepassados deve também ser incluído.
Ninguém pode alcançar o status ancestral sem ter tido uma vida moral boa, de acordo com padrões morais africanos tradicionais.
Para ser um antepassado é preciso ser considerado como um modelo ou um exemplar de conduta na comunidade, e como a fonte da tradição tribal e da sua estabilidade.
Texto Traduzido e Adaptado por Ifatolà.
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