Este Blog tem como proposta de sua criação a utilização para auto-ajuda, estudos, pesquisas e reflexões da história, teologia, filosofia africana e afro-brasileira, trazidas através de crenças, mitos, cultos, lendas e religiosidade, etc... "TODO ESTUDO É BEM VINDO E CONHECIMENTO NÃO OCUPA ESPAÇO."
domingo, 11 de março de 2012
Sobre o Axexê.
Segundo uma lenda Yoruba: O axexê começou com a morte de um caçador chamado Odu Lésé.
Este caçador foi quem criou Oya, lhe ensinado a arte da caça e da guerra.
Com a sua morte,Oya ficou desolada, juntou todos os seus pertences e durante 7 dias cantou durante toda a noite seus feitos e sua coragem.
Este ato comoveu Olodumare, ele observou todos os dias o que Oya fez para uma pessoa que não era seu parente mas o amava como um.
Ele em sua sabedoria, achou que este ato foi um ato de amor e respeito a um ser humano e iniciado em cultos como era Odu Lèsé.
Ao término deste ato que Oya fez a quem a criou, Olodumare decidiu que todos os iniciados nos cultos teriam direito a esta obrigação na qual foi chamada de ÁSÈSÈ.(Perfeito).
Deste dia em diante todos os iniciados em cultos receberiam este ritual o qual era o reconhecimento por tudo que o iniciado tinha feito em vida.
O Axexê é feito para que tudo que tem ligação com o morte seja desfeito, tanto na parte iniciatória como material deixada.
Os familiares carnais e de santo devem participar desta obrigação a qual fala em cantigos os feitos do falecido.
Dentro da parte litúrgica, o axexê, vem ter outra função, faz com o falecido tenha sua apresentação aos seus ancestrais, dando a ele a passagem para Òrun, desvinculando seu espirito da parte material e culto.
Obrigações são feitas de acordo com cada Nação e rito, para que o espirito do iniciado seja recebido e tenha sua apresentação dentro de cada Nação.
Deve-se ressaltar, que cada Nação tem seu ritual fúnebre e deve ser respeitado.
Egun tem nação. Muitos declaram que isso não é verdade, mas seu Ori(Cabeça) somente reconhece aquilo que foi iniciado ou reiniciado. Todos que saem de uma Nação e entram em outra, devem receber a iniciação na qual esta entrando, isso serve para que Ori reconheça o que esta recebendo.
Todos os iniciados tem este direito.
Os que não são iniciados, mais transmitiram através de suas mãos seu Axé individual ao lavar, depenar, cozinhar e tudo que esta ligado aos Axés, tem o direito a uma obrigação de encaminhamento ao Òrun, para seu espirito ser reconhecido dentro de seus ancestrais.
Quando se trata de Zeladores (as), Babalorixás ou Yalorixás, deve-se começar na volta do enterro, dando inicio no mesmo dia.
São 7 dias de obrigação. Mas se não tiver condições para começar no mesmo dia, deve-se fazer uma obrigação onde é participado ao Egun mais velho o motivo deste ritual não começar no mesmo dia.
Todos podem comparecer a este ritual, crianças, velhos etc. Existe muitas lendas sobre este ritual. Na verdade se deve todos participarem, é dever dos filhos desta casa participar.
Quem realiza este ritual é o responsável pela casa ou uma pessoa determinada e capacitada para faze-la.
Um Oje pode ajudar em muito nesta obrigação, mas não é sua obrigação. Oje é Sacerdote do culto aos Ancestrais, ou seja ele cultua a vida pós morte e não a morte como geralmente é falado.
Este ritual geralmente é interno, podendo ser aberto para as pessoas que são ligada ao Axé.
Não é um dia de festa comum como é nos dias de festa de Orixás.
Para os Ancestrais sim, é um dia de festa pois mais um esta retornando para o nosso verdadeiro mundo.
Ayie (Terra), não é o nosso verdadeiro mundo.
Nosso mundo verdadeiro é com nossos Ancestrais.
Os instrumentos que são usados neste ritual vai depender de qual Nação o falecido pertencia.
O Axexê que é tocado com poste e cabaças, são da nação Deje Deje, este pode tem um nome que se chama SIRUN (pote afinado por água), dependendo da quantidade de água que se encontra nele o som tem uma afinação.
Com cabaças entre as pernas, são da Nação de Ketu, as cabaças tem a representação do ventre materno aonde somos criados, assim o som é retirado do ventre que esta chamando o espirito para ser reverenciado.
Com Atabaque, neste ritual fúnebre, somente os eguns dançam e cantam para louvar o falecido.
Em determinado momento uma pessoa mais antiga de culto ou um Oje pode cantar para o Egun dançar.
Este ritual é feito para os Oje e pessoas que tenham posto dentro do culto aos Ancestrais.
O som frouxo ou xoxo, vem ser um som fúnebre dando a impressão que uma coisa falta, se acabou partiu.
O som do pote, ele é afinado com água e quanto mais grave melhor. na cabaça também e assim, é usado uma cabaça grande de bom bojo, para que o som saia grave.
O atabaque também e afrouxado, para o som sair grave.
Tomar o Òsu de um iniciado é uma obrigação que deve ser feita para que o Espírito do mesmo possa se desprender das coisas que foram iniciadas em seu Òri.
Sem esta obrigação o espírito vai continuar vinculado a sua iniciação na terra, causando problemas para seu caminho no mundo espiritual.
Em algumas ocasiões, não é possível fazer esta obrigação na cabeça de um iniciado por vários motivos. No dia do ritual fúnebre, o responsável pode fazer esta obrigação em cima de uma representação ali colocada.
O valor litúrgico é igual ao feito na cabeça do iniciado.
Ori Òdè (É a cabeça que sai da vagina da mãe e aparece para o Mundo).
Òri Ìnu- É a essência de nossa consciência, esta que segue para o Òrun se encontrar com Òri Sésé.
Estas se juntam e levam nosso espírito até a frente do Deus superior Òlòdumárè apresentando ao mesmo.
Egun é uma coisa, Ònilé é outra. O Egun àgbá da casa é responsável pela obrigação que esta sendo feita.
O Orixá de qualquer iniciado só vai retornar para a sociedade depois que for feito o jogo no dia que for feito os oros do ritual. O responsável no decorrer dos dias vai fazer vários jogos para ter a confirmação do que vai no carrego e o que fica para a casa. Somente depois é que são feitas todas as obrigações, este Igba dos Orixás, retorna para ser novamente lavado com folhas e receber as oferendas que no jogo foram apuradas.
Ìgúnnún- Estes espíritos de homens e mulheres que retornam a terra, só se sabe depois de certas obrigações que são feitas também no decorrer do ritual fúnebre. Quando isso acontece este espírito que retorna é somente de homens que se chama Bàbá Egun.
Já o espírito feminino, este não volta e fica em energia aglutinada que é cultuado junto a Gèlèdé.
Somente os espíritos masculinos podem retornar e serem cultuados de forma individual.
Toda Ancestralidade e transmitida através do homem e não da mulher.
Àlàáfíà àse gbogbo.
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