terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Água.

Água na Mitologia Grega

A água é um elemento fundamental na cosmogonia, a origem do mundo para a mitologia grega. A água, hídros, aparece para salvar a Terra, Gaia, que estava sendo queimada por Piros, o fogo.

Essa entidade, Hídros/água, passa a fazer parte do mundo olímpico de Zeus e dos deuses do Olimpo. O senhor das águas era o deus Poseidon, o senhor dos mares e também dos rios.

Embora Poseidon fosse o senhor das águas, ele não exercita sobre ela plenos poderes, porque a água é um elemento primordial, que veio antes mesmo de o deus existir.

A água é muito presente na mitologia grega, representando a continuidade, a fertilidadee a proteção materna.

Ela sempre é habitada ou transformada. O rio Serifo, por exemplo, personaliza-se, ele toma forma de homem e deita-se com as ninfas. Mito muito semelhante a lenda do boto cor-de-rosa na mitologia amazônica, só que aqui no Brasil fala-se do boto como um peixe das águas que vira homem e deita-se com as mulheres à noite.

Na mitologia grega, os rios são seres masculinos e cada rio é um homem.
A parte feminina, por exemplo, as ninfas, podiam ficar grávidas e ter muitos filhos ao banhar-se no rio. Os filhos da água na mitologia são incontáveis, são cinqüenta, cem filhos num único parto! Esse exagero é exatamente para mostrar a fertilidade da água e sua importância no mundo antigo.

No entanto, os gregos davam aos rios uma importância menor que os egípcios, pois os rios da Grécia são pequenos. Já para os egípcios o magnífico rio Nilo é o deus pai dos rios, pois era de seus recursos que a população subsistia.

Na mitologia grega, o mar era muito importante e vários personagens habitavam-no como a deusa Tétis, as sereias as pléiades, que eram filhas de Poseidon, as nereides, que são outras divindades aquáticas, todas mulheres.

A água servia para a purificação, depois de guerras, lutas e mortes injustas. Os gregos se banhavam num rio para se purificar de algum ato vil que cometessem. Eles desenhavam o mar em forma de serpente que, muitas vezes, representa a mutação das águas. Para a cultura grega, a água sempre foi muito importante, um elemento fortíssimo, venerado e respeitado.


O Elemento Sagrado

Quando os olhos se perdem na imensidão do mar, é possível ter uma idéia do volume de água que nos cerca. Dois terços do planeta são cobertos por esse fluido do qual depende a evolução de todos os organismos vivos. Nos oceanos, rios, pólos ou no interior das rochas, são 264 milhões de km3 desse líquido essencial, perpetuado pela humanidade como símbolo sagrado de pureza e prosperidade.

No batismo da Igreja Católica, na sabedoria popular das benzedeiras, nas fontes sagradas da cultura islâmica ou na astrologia, a água é fundamental para a purificação e o conforto do corpo, da alma e dos ambientes.

Rebeldia em movimento: rio, cachoeira, mar, chuva, neblina, vapor, granizo, neve, gelo. Essas são manifestações da água, e uma, em especial, nos saúda com sete cores: quando os raios do Sol atravessam as nuvens carregadas, surge o arco-íris. Diz-se que quem tem a sorte de vê-lo pode fazer um pedido, que será atendido pelos céus.

Dinâmica por natureza, está em constante movimento e guarda em si poderes fundamentais. O primeiro deles: é capaz de se autopurificar: "A água circula continuamente no planeta. Oceanos, rios e até lagos plácidos recebem calor e não escapam do processo de evaporação. A água, condensada, vira nuvem e precipita-se de volta a terra em forma de chuva. Nesse ciclo de destilação natural, todas as impurezas são liberadas. A chuva purifica o ar e fertiliza a terra

Poderosa e rebelde por excelência, escapa das nossas mãos e pode mostrar sua fúria em dilúvios, enchentes e maremotos. Ainda, ela não se submete aos outros elementos naturais: Além de apagar o fogo, na presença de calor transforma-se em vapor e a baixas temperaturas vira gelo. O próprio fato de ser líquida e manter sua constituição molecular contraria as leis da física e da química, mas essa rebeldia teve resultado feliz: "A água permitiu o desenvolvimento da única forma de vida compatível com as características do planeta Terra. Foi no meio aquático, formando imensas superfícies líquidas (...), que surgiram as primeiras formas vivas".


Ventre materno e paraíso

Toda a vida na Terra nasceu do mar, que é o ventre fecundo da Grande Deusa. Todos nós viemos das entranhas das águas. Essa linda imagem pertence a um dos mitos de criação da era pré-cristã, e na verdade, antes de pisarmos na terra passamos nove deliciosos meses em meio líquido, protegidos no ventre materno.

Nem mesmo nascendo e vivendo fora dessa primeira casa aquática deixamos de ser água: 77% de um bebê é pura água. E dois terços do corpo adulto são compostos de líquidos: lágrima, sangue, suor, urina e outros fluidos, responsáveis pela purificação das toxinas e absorção de nutrientes dos alimentos pelo organismo.

Essa origem líquida ancestral tem a ver com a sensação de relaxamento e conforto que a água provoca nos humanos. E também explica por que tanta gente sente atração por fontes e prefere descansar numa praia, perto de rios, lagos ou cachoeiras: "O som das ondas batendo na areia ou de uma queda d’água é sempre repousante e pacificador. Sem contar que o contato com a água – meio em que o corpo não briga com a lei da gravidade, flutua, sem peso – remete à sensação protetora de estar de novo no útero materno, em perfeita harmonia".


Universo de emoções

Desde tempos remotos, a água é associada às emoções, ao mundo inconsciente, a tudo que acontece nas profundezas da alma. À astrologia coube tecer as relações entre os elementos da natureza e a personalidade: "São três os signos de água: Câncer, regido pela Lua, representa a água do lago, calma, plácida, acolhedora; Escorpião, dominado pelo planeta Plutão, diz das águas dos rios com correnteza subterrânea; e Peixes, sob os domínios do planeta Netuno (deus das profundezas dos mares, na mitologia grega), abrange as grandes águas, as emoções coletivas".

Especialmente, os nativos de Câncer são ligados a casa e às forças lunares: "Apesar de a Lua não ser aquática, tem o poder de mexer com o fluxo das marés, com a cheia ou a vazante dos rios. Os pescadores prestam muita atenção nas fases lunares, pois delas depende a sua sobrevivência. Além disso, mexe com os ciclos de menstruação e gestação. Todos fenômenos femininos e líquidos".


A Água na alma da casa

A habitação é um ser vivo, capaz de refletir as emoções de seus moradores, principalmente se neles predominar o elemento água: "Essas pessoas gostam de cuidar das pequenas coisas do cotidiano, e seus lares sempre inspiram afeto. Têm prazer em cozinhar, lavar, limpar, tomar banho, regar plantas, alimentar animais e pássaros. Mas nem por isso deixam tudo superarrumado. Com predomínio da água no temperamento dos habitantes, o caos e a desorganização imperam".

A água que habita a alma da moradia se expressa também na composição dos ambientes. Móveis arredondados e tons pastel, banheiros espaçosos e bem cuidados, sauna, piscina são índices de que se trata de uma "casa aguada". Quadros impressionistas com formas pouco definidas, música suave, vasos com flores, conchas, aquários, motivos marinhos, fontes, fotos de família, objetos de valor afetivo nos remetem à simbologia da água, provocando sensações de tranqüilidade, limpeza, frescor e aconchego.


Elemento sagrado

A água tem o poder de purificar o espírito e conduzir à graça. Da antiga religião hindu até a simplicidade das boas benzedeiras da cultura popular brasileira, ela merece reverência: afasta o mau-olhado, protege do pecado, traz alívio para o que aflige a alma.

Assim como Jesus foi batizado por São João Batista, mergulhando a cabeça nas águas do Rio Jordão, milhares de igrejas no mundo repetem esse ritual: "No cristianismo, a água tem dupla função. No ritual de batismo ela livra o fiel do pecado original, devolve a pureza e concede vida nova, para que se possa seguir no caminho do bem". Já a água benta, misturada com um pouco de sal e rezada pelo padre, é usada para benzer casas e carros e, além de purificar, tem outras duas funções importantes: "Faz com que a pessoa tome gosto pela vida e protege o local contra todo o mal".


Reverência molhada

No Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos seguidores do profeta Maomé, a água tem destaque em rituais e na arquitetura: "Na entrada das mesquitas há sempre um tanque de água, pois todo muçulmano praticante faz cinco orações diárias e, antes de cada uma delas, realiza a ablução, uma purificação prática e simbólica. Lavam-se mãos, braços, rosto, cabelos, nuca, orelhas e, no final, pés. O gesto é repetido três vezes".

Na arquitetura árabe, seja em pequenas ou seja em grandes construções, no centro do pátio interno existe sempre uma fonte, simbolizando a origem e o centro da vida: "A cuba costuma ter forma circular e fica apoiada sobre uma base de oito lados. Na geometria sagrada, essa sobreposição representa a união do céu com a terra"


Rio da graça

O mais sagrado dos rios é o Ganges, que corta o nordeste da Índia. Suas águas matam a sede e banham a população ribeirinha, lavam as roupas, dissipam as cinzas dos mortos cremados, perpetuando a tradição hindu e, sobretudo, servem para redimir os pecados. Na edição inglesa do livro Mirror of Intellect – Essays on Traditional Science and Sacred Art, o filósofo suiço-alemão Titus Burckhardt (1908-1984) desvenda poeticamente o que acontece nesse rio: "Aquele que, contrito, banha-se nas águas do Ganges é liberto de todos os seus pecados: a purificação interna encontra aqui seu porte simbólico na purificação externa que vem da água do rio sagrado. (...) Aqui, como ritos similares em outros povos e religiões, a correspondência entre a água e a alma ajuda a última a se purificar ou, mais exatamente, a reencontrar sua – originalmente pura – essência. Nesse processo, o símbolo prepara o caminho para a graça..."


Água e características

A água é um elemento de limpeza, cura, subconsciente, amor, sensibilidade e, particularmente, de todas as emoções, pois assim como a água é fluida, constantemente mudando, fluindo de um nível para o outro, também nossas emoções, constantemente em movimento.

Ela lava, reidrata, sustenta a vida. Sua energia é vital para o bem-estar, pois é ligada ao amor e ao coração, sede onde brota a magia verdadeira. Num ritual, a água é um elemento feminino, podendo ser usada para completar uma energia masculina, como a do fogo.

Sua "feminilidade" deve-se ao fato de ser o elemento da absorção e da germinação. Dai, também ser símbolo do subconsciente, que, como o mar, está em constante movimento; nunca descansa, seja de dia ou de noite.

A magia da água envolve o prazer, amizade, casamento, fertilidade, felicidade, cura, sono, sonhos, atos psíquicos, purificação e assim por diante.

Sua cor é o azul das águas profundas e rege o oeste e os meses outonais do ano.

Sempre precisamos da água nos momentos em que está mais fraco ou desorientado. Deste elemento pode-se extrair facilidades maiores para entender seus sentimentos presentes, avaliar o passado e estabelecer a vontade de seguir para o futuro. Num ritual, a água sempre está presente.


CARACTERÍSTICAS BÁSICAS: purificação, cura, amor, fluidez, suavidade.

ASSOCIAÇÃO: sensatez, sobriedade, fervorosidade, compaixão, serenidade, perdão, ternura, intuição, habilidades psíquicas, cura, fertilidade, coragem de encarar nossos sentimentos mais profundos, o poder de ousar.

ENERGIA: feminina - sensitiva e receptiva.

COR ASSOCIADA: azul (das águas límpidas), cinza, roxo profundo, índigo, verde ou azul esverdeado e, às vezes, o preto (das águas profundas)

LUGARES QUE ENERGIZAM: lagos, fontes, rios, poços, praias, oceanos, piscinas, banheiras, chuveiros e a cama (para dormir).

RITUAIS: Emoções, sentimentos, amor, coragem, ternura, tristeza, intuição, a mente inconsciente, o ventre, geração, fertilidade, plantas, cura, comunicação com o mundo espiritual, purificação, prazer, amizade, casamento, felicidade, sono, sonhos, o psíquico, o eu interior, simpatia, amor, reflexão, marés e correntes da vida, o poder de ousar e purificar as coisas, sabedoria interior, busca da visão, curar a si mesmo, visão interior, segurança, jornadas. Na vida prática, pode ser invocada nos momentos de necessidade de intuição e de energia curativa.

FORMAS DE RITUAIS: banhos, diluição, ficar próximo à água, deixar que as águas lavem, misturar águas.

DESEQUILÍBRIO: Em excesso: variação emocional desequilibrada – vai de um extremo ao outro ao menor estímulo -, sentimentos em doses exageradas, melancolia, timidez, inconstância. Em escassez: indiferença, frieza de sentimentos

ELEMENTAIS: Sereias e Nereidas para águas salgadas e Ondinas, Ninfas e Fadas dos Lagos para as águas doces.

PLANTAS: vegetais com muita água, como o alface e o melão, rosas, lótus, samambaia, musgo, arbustos, alga, couve-flor, gardênia e salgueiro.

ANIMAIS: Logicamente todos os peixes, além de dragões, serpentes, mamíferos marinhos (foca, golfinho, etc), sapo, tartaruga, lontra, ostra, cisne, carangueijo, urso e gato.

METAIS: mercúrio (metal líquido) e prata.

INSTRUMENTO: sinos, teclados

ESTAÇÃO: Outono (tempo de colheita, quando a chuva lava a terra).

DIREÇÃO: Oeste

HORA DO DIA: anoitecer

ÉPOCA DA VIDA: maturidade

SENTIDO: paladar

OBJETO DE PODER: Cálice, caldeirão, espelho, o mar.

SÍMBOLO: conchas, taça com água

TIPO DE MAGIA: no mar, no gelo, na neblina, com espelhos, com ímãs, chuvas e, obviamente, água.

ATIVIDADE: molhar

COMO SENTIR A LIGAÇÃO: prove água pura de uma fonte; coloque a mão na água corrente; ouça a água correr; veja as ondas do mar...

PEDRAS E JÓIAS: agua-marinha, ametista, turmalina azul, pérola, coral, topázio azul, fluorita azul, lápis-lazuli e sodalita.

INCENSOS: mirra, camomila e sândalo.

DEUSAS: Afrotide, Ísis, Tiamat, Yemanjá.

DEUSES: Dylan, Osíris, Netuno e Poseidon.


ASSIM:
O Elemento Água

O elemento água traz a sensibilidade, a emotividade e a empatia. Elemento da natureza apontado como o princípio de todas as coisas. Representa a purificação, a regeneração, a profundeza e o infinito. Em quase todas as culturas, a água aparece como símbolo da força feminina e da emoção, associada à fertilidade e à vida. No aspecto negativo, a água simboliza a destruição.

Direção, cor e nota musical correspondentes ao elemento água: Norte, preto e nota musical lá

A água representa o sentimento e o mundo das emoções, é fluente e tem temperamento linfático, e é do tipo frio e úmido. Num plano positivo a água confere intuição, profundidade, simpatia, adaptação, emotividade, sociabilidade, romantismo e num plano negativo timidez, introspecção e um exagero emocional.

No conhecimento astrológico a água representa também a vida instintiva, íntima e subjetiva. Pessoas cujos mapas tem ênfase nesse elemento falam a língua do coração e por isso são muitas vezes irracionais, permeáveis e mesmo imprevisíveis. Suas atitudes frequentemente infantis, são como crianças que esperam do mundo respostas sentimentais de aprovação e afeto.

Os signos de água são os mais enigmáticos do zodíaco. Receptivos, envolvem-se profundamente nos relacionamentos pessoais, pois sabem “mergulhar” na intimidade do outro. Sua noção da realidade dependem daquilo que podem sentir, o que os tornam aptos a grandes decepções amorosas.

Em nome da paixão e da entrega, os tipos de água absorvem tanto o parceiro que terminam por paralizá-lo, sendo notadamente o elemento que desconhece os limites na relação amorosa. De temperamento sensível e intuitivo, possuem uma imaginação criativa e deliciam-se com suas próprias fantasias.

Na vida social são afáveis e cordiais e não tem receio de expor suas fraquezas. Tornam-se cativantes porque, mais que ninguém, os signos de água captam as necessidades dos outros, sem fazer julgamentos ou discriminações.

Este elemento confere aos signos de Câncer, Escorpião e Peixes: intuição, sentimentos, sensibilidade, emoção, mediunidade. Todos os sinos de água são signos cármicos.

O excesso de água provoca sentimentos que fluem desordenadamente, a pessoa é muito emotiva, tem muita sensibilidade e sensações; tente equilibrar-se em suas energias interiores e em seus conflitos emocionais.

A ausência de água carece da capacidade de sentir profunda e intuitivamente, carece de sensibilidade, as emoções são controladas, não demonstram seu estado de espírito.

Na magia, quando se quer encontrar novos rumos para o amor ou atingir equilíbrio emocional, costuma-se oferecer uma vasilha com água para as ondinas, senhoras da água; as sereias e mantras também fazem parte deste elemento, elas ajudam no amor e na intuição.

Axé a todos.

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