sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Ser Médium

MEDIUNIDADE
O que é "mediunidade", sem ligá-la a qualquer enfoque religioso.

-Medianimismo: Capacidade anímica, isto é, do próprio ser encarnado, de perceber, sentir e atuar nos planos existenciais(material e espiritual), com ou sem participação de espíritos outros.
Ex: Zé Arigó e outros médiuns de cura(efeitos físicos), Yvonne do Amaral Pereira, com sua psicometria, Wagner Borges e suas experiências fora do corpo, Allyson Dubois, americana que ajuda a promotoria de sua cidade com suas percepções (visão e audiência).

-Mediunidade: Idem texto acima, porém, apenas, com a participação de espíritos outros, que agem sobre o médium, através da intuição, visão, audiência, fluidoterapia e outros.
Ex: Chico Xavier, com seus guias, Divaldo Pereira Franco e seus mentores, Gasparetto e seus pintores, médiuns oradores em geral, passistas, umbandistas, candomblecistas e outros.


Temos que perceber que a mediunidade sempre esteve presente na história humana, desde os tempos mais remotos até os dias de hoje, pois é uma faculdade inata ao homem. Todos a possuem, em maior ou menor grau.

Como saber se sou médium?
Normalmente, o médium é uma pessoa extremamente sensível, pois percebe as coisas de modo diferente e mais intenso que as demais pessoas. Ele percebe vultos, vozes, cheiros, cores, dores e emoções que ninguém mais percebe.

Até aí, tudo bem! É só chegar a um centro espírita idôneo, que saiba tratar do assunto "mediunidade" e será devidamente encaminhado e socorrido.
Não pensem que é fácil para alguém ficar duvidando de sua sanidade, pois vê coisas e ouve vozes. Até a pessoa entender que é médium, vai um longo caminho, entre consultas médicas e descapetizações inconsequentes e ineficientes.

Observe-se e se compare com a lista de sintomas abaixo, gentilmente compilada pelo Dr. Osvaldo Shimoda, para médiuns em desarmonia:
1º) Sensação de peso na cabeça, na nuca e ombros;
2º) Nervosismo acentuado (irritação por motivos banais);
3º) Insônia, desassossego;
4º) Calafrios e arrepios constantes no corpo todo ou partes do corpo;
5º) Cansaço geral, calor (como se encostasse em algo quente);
6º) Falta de ânimo para o trabalho;
7º) Alternância de humor extremada: tristeza profunda ou excessiva alegria sem razão aparente.
Identificou algum sintoma, ou todos?


Mediunidade & Autoconhecimento

Mediunidade é a capacidade de entrar em contato com outras consciências ou espíritos, encarnados e desencarnados, e transmitir-lhes o pensamento, os sentimentos, as idéias e as sensações, sob as mais variadas formas. E médium é todo aquele que tem esta capacidade, em maior ou menor grau. Embora haja outras variações para estas definições, muitas válidas, estas são as mais conhecidas e as mais relevantes para o assunto que pretendo tratar.

Captando e transmitindo pensamentos e sentimentos que vêm de fora de si mesmo, o médium trabalha, o tempo todo, com o que não é seu, com o que não lhe pertence e nem nasce dentro dele. Ele trabalha, principalmente, com os conteúdos de outras mentes que, aproveitando-se de sua capacidade, tentam se comunicar.

Uma das questões mais presentes nas pessoas que me procuram para o curso de mediunidade é como distinguir o que é seu do que é dos espíritos que se comunicam, como saber se o que está sendo transmitido não é conteúdo do próprio médium, e não das consciências ou entidades que se comunicam por intermédio dele, especialmente porque se sabe que mais de 70% dos médiuns hoje permanecem totalmente conscientes durante o fenômeno.

As entidades que se comunicam por um médium podem mudar e variar muito de um trabalho para o outro, sendo quase impossível prever com exatidão quem irá se comunicar a cada oportunidade ou que tipo de conteúdos surgirão a cada trabalho. E esta questão se complica ainda mais quando pensamos na sintonia, pois nenhum fenômeno mediúnico ocorre sem que haja uma boa dose de similaridade, de afinidade entre os conteúdos do médium e da entidade comunicante, para que as idéias transmitidas sejam melhor compreendidas e repassadas pelo médium.

Como saber, então, com segurança, o que é do próprio médium e o que vem da entidade? Como distinguir entre coisas, às vezes, muito parecidas, passando pelo mesmo canal? Além disso, como manter-se isento e imparcial nas comunicações, quando, muitas vezes, o que chega mobiliza o médium profundamente, tocando seus sentimentos e emoções de maneira mais intensa?

Só podemos distinguir coisas quando as conhecemos bem, quando as reconhecemos, quando as identificamos com certa facilidade. Não é possível, portanto, ao médium, distinguir os seus conteúdos dos conteúdos das entidades comunicantes se ele não conhecer algo desses conteúdos, para poder identificá-los, compará-los e separá-los adequadamente.

Não podendo controlar os conteúdos que lhe chegam, ao médium não resta outra opção a não ser trabalhar naquilo que está mais próximo dele, sobre o que ele tem muito mais controle e com o que está em contato 24 horas por dia, 7 dias por semana: ele mesmo, seus conteúdos, suas questões, seus padrões, sua luz e sua sombra.

Um bom médium, portanto, além de dominar o fenômeno e as técnicas, precisa conhecer a si mesmo em profundidade, precisa trabalhar constante e cuidadosamente o autoconhecimento. Um bom médium, antes de se entregar aos fenômenos, precisa saber quais são as suas próprias dúvidas e questões, as suas dificuldades e limitações, as suas qualidades e necessidades, para, só então, poder transmitir, com segurança, aquilo que lhe chega de outras mentes, por intermédio de sua própria capacidade de comunicação psíquica, sem o receio de estar misturando o que é seu com o que é de quem se comunica ou de estar interferindo na comunicação.

Por isso, sempre friso muito nos meus cursos que estudar e praticar mediunidade é, antes de tudo, um trabalho de autoconhecimento, um estudo interno profundo, que deve nos colocar cara a cara com tudo o que somos, com tudo o que sabemos e, principalmente, ainda não sabemos de nós mesmos.

Não entendo que seja possível ser um médium consciente, responsável e equilibrado se não houver autocontrole sádio das próprias emoções, se o médium não for capaz de olhar para si mesmo com autocrítica saudável, se não houver disposição sincera para reconhecer as próprias características, trabalhando aquelas em que se percebe desequilibrado ou confuso, limitado ou incômodo.

Num transe mediúnico, o médium entra em contato profundo com muito do que as entidades sentem e pensam, e precisa estar seguro do que ele próprio pensa e sente, para não se deixar confundir ou mesmo enganar nos trabalhos que irá fazer.

Não se trata apenas de vigilância, ou de apenas observar, mas de reconhecer o que se pensa e sente, por que isso acontece, o que isso nos causa, em que circunstâncias acontece, etc.

Também não se trata de moralismo, de acomodar atitudes ao que outros determinaram ser a melhor conduta, de seguir preceitos morais religiosos, mas de consultar a própria consciência em busca da verdade sobre si mesmo, em busca da essência do ser, em busca daquilo que realmente identifica cada um de nós, independentemente de rótulos, crenças, conceitos filosóficos, etc.

Quando um médium se conhece, ele não teme o contato com outras mentes, pois está seguro do que está dentro dele e não será facilmente desviado, desequilibrado ou enganado. Quando ele não se conhece, no entanto, fica perdido em meio ao fluxo de sentimentos, emoções e pensamentos que lhe chegam e pode ver-se perturbado tentando separar o que percebe, ou questionando-se sobre o que está acontecendo com ele.

O estudo e o exercício da mediunidade, portanto, exigem autoconsciência, auto-análise, autocrítica, observação constante de si mesmo, não como juiz ou carrasco, mas como testemunha lúcida e fiel do que se passa interiormente, pronto para atuar naquilo que for necessário para melhorar-se, quando solicitado.

Mediunidade é meio de comunicação. E toda comunicação fica muito prejudicada quando há ruído, quando o sinal não é forte, quando o meio que a transmite não consegue ser fiel, imparcial e ético na sua função. O médium que cuida de manter isolados, embora não escondidos ou anulados, seus conteúdos, mantém limpos e calibrados os seus canais de comunicação, garantindo recepções e transmissões de qualidade, tanto para ele quanto para quem se comunica através dele.

Mediunidade é intercâmbio de idéias, sentimentos, pensamentos, emoções e sensações e, quando está ciente disso e de seus próprios conteúdos, o médium consegue não só receber informações e orientações importantes para si mesmo e os que o acompanham, como também pode colaborar com os seus próprios conteúdos, conhecimentos e experiências, ajudando os que o buscam para a comunicação, fazendo da mediunidade uma troca rica e construtiva.

Mediunidade é serviço de integração de dois mundos - ou, quem sabe, mais até - que funcionam de forma diferenciada, em freqüências distintas, com diferentes características e peculiariedades. E o médium que sabe disso e procura conhecer a contento essas diferenças, bem como as semelhanças que existem, consegue acompanhar todo fenômeno de forma lúcida e com grande discernimento, sem se deixar afetar negativamente por aquilo que lhe chega.

Mediunidade é oportunidade de trabalhar pelos outros, mas, antes de tudo, por si mesmo, estudando-se e aplicando aquilo que aprende nas comunicações em sua própria vida.


O MÉDIUM NA UMBANDA

O médium tem como uma de suas missões na vida ser um instrumento nas mãos dos guias e Orixás. Ele deve ter e seguir, em sua vida, os conceitos de caridade, amor e fé, praticados dentro da Umbanda.

Para muitos é dado a entender que o médium sofre.

Ser médium na concepção maior, não é dor e sim provação. Pode-se dizer que a vida de quem é médium 24 horas por dia, 7 dias na semana, realmente não é fácil, mas não chega a ser castigo, como algumas pessoas entendem, e sim, como se pode dar em benefício do próximo, encarnado ou desencarnado.

Mas, existem médiuns que sofrem muito, realmente sofrem muito: por sua própria culpa, porque acham que os guias devem-lhes dar de tudo, ou se envaidecem, ou agem de maneira errada e leviana em suas vidas, ou não levam a sério a vida espiritual, ou por ignorância sentem vergonha da forma como se dá a incorporação e não permite que ela aconteça naturalmente.

Existem aqueles médiuns que são como "pára-raios" das forças negativas,
basta estar uma pessoa muito carregada no terreiro ou passar por perto de alguém que esteja com alguma demanda ou obsessor para começar a passar mal.

Mas esses, com o tempo, vão aprendendo a se controlar com a ajuda dos Guias e acabam resolvendo o problema.

O médium deve tangir sua vida como um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dígnos, ser honesto e íntegro em suas atitudes. Nos dias de hoje, é difícil ser tudo isso, mas
vale a pena e pode ser feito.

As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério suas missões e ter muito amor e dar valor ao que fazem, ter sempre boa vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida do dia a dia.

O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego
adequados e solicitados para o seu próprio bem-estar, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o Guia espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.

"Deve deixar, na medida do possível, seus problemas materiais sempre do lado de fora do terreiro", ou seja, tentar entrar no terreiro com a cabeça mais arejada e limpa, fazendo com que haja uma divisão entre o material e o espiritual, embora eu saiba que deixar os problemas lá fora seja difícil,
mas não é impossível.

O médium deve estar sempre atento aos seus direitos e deveres para com o trabalho mediúnico e para com o templo.


O MÉDIUM NO ESPIRITISMO

A mediunidade é uma faculdade natural do ser humano. Todos a possuem, embora em graus diferentes. Ela sempre existiu, em todos os lugares e em todos os tempos. Pode-se dizer que quase todas as religiões nasceram através dela.

Contudo, foi a 31 de março de 1848 que aconteceu uma verdadeira explosão mediúnica, que logo se espalharia pelos Estados Unidos e posteriormente pela Europa, mas foi o estudo profundo, com bases científicas de Allan Kardec, que normatizou a prática mediúnica no Espiritismo. Dizemos no Espiritismo, porque a Doutrina Espírita não pode interferir em seitas ou religiões que utilizam a mediunidade.

O Livro dos Médiuns, o mais perfeito compêndio sobre mediunidade que já se publicou no mundo, tem as diretrizes seguras para os que desejam entrar nesse campo do conhecimento. Nenhum curso de mediunidade pode ignorar as diretrizes deixadas por Allan Kardec, que não foi um secretário dos espíritos, como alguns espíritas retrógrados ainda pensam, mas um elaborador, um construtor da Doutrina Espírita, auxiliado por uma gama imensa de espíritos superiores.

Algumas diretrizes são simples e precisam ser pensadas e praticadas. Por exemplo: a mediunidade gratuita. Não se pode colocar um preço no trabalho dos espíritos, nem em moeda sonante, nem em bajulações que levam a privilégios indevidos.

Todos somos médiuns, e mediunidade não é problema nem causa sofrimentos. Contudo, reconhecemos que existem pessoas mais vulneráveis à atuação dos espíritos, e não devem lidar com mediunidade sem um rígido controle de alguém com grande conhecimento e experiências. Quem são elas? As pessoas exóticas, excessivamente místicas, com desvios de personalidade. Pessoas mentalmente incapazes, ou com déficit de inteligência ou carência afetiva manifesta. As pessoas excessivamente crédulas porque são facilmente fascinadas por pessoas e espíritos. E também as crianças não devem lidar com mediunidade porque lhes falta o discernimento e podem abusar das suas condições e ter reações adversas.

Ser médium não significa ser missionário, ter missões especiais, não é um salvador do mundo, nem dispensador das graças de Deus. É tão somente ser intermediário entre dois planos de vida do universo.

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