O que a lenda ensina é que Exu é um só subdividido em incontáveis partes e desta forma, todos os seres humanos, animais e vegetais, assim como os próprios Orixás possuem os seus Exus individuais.
Ele é o comunicador, o intermediário, o policial, o juiz e o carrasco e, da mesma forma que castiga os malfeitores, premia aqueles que agem corretamente.
Exú é, portanto, a divindade de maior atuação no contexto religioso do Candomblé.
Resultado da interação Obatalá-Oduduwa é o primeiro elemento procriado que, esotericamente, seria a personalização da energia que reúne os átomos, possibilitando a diferenciação da matéria a partir de uma essência única.
É o grande transformador, o comunicador, o intermediário entre os homens e as Divindades e entre estas e o Supremo Criador.
O termo "Esú" pode ser traduzido como esfera.
Elegbara é um dos títulos honoríficos de Exú que significa: "Aquele que possui poder ilimitado", e Bara, Elegba e Legba são sinônimos ou corruptelas desta palavra.
Ambos os termos se referem ao Orixá Exú, do qual se desconhece a existência de uma manifestação ou de um aspecto feminino. Exú é sempre masculino e seus símbolos são fálicos.
As estatuetas que o representam possuem sempre um grande pênis em permanente estado de ereção.
Èsú, Elégbára, Elégba ou ainda Légba, seriam os nomes pelos quais é conhecido este poderoso Orixá, o primeiro criado por Obatalá e Oduduwa, tendo Ogun como irmão mais novo.
O culto de Exú é muito individual: cada indivíduo, assim como cada coisa possui o seu Legba, podendo, portanto, edificar o seu assentamento, onde poderá cultuá-lo e apaziguá-lo.
Os Odu-Ifá que falam exclusivamente de Legba são Odi-Gundá, Gunda-Di e Odi-Turukpon.
Por sua importância e atributos, Exú é sempre o primeiro a ser homenageado e cultuado em todos os procedimentos ritualísticos. Seu caráter é ambíguo e faz o mal ou o bem de acordo com sua própria conveniência.
A atitude do africano diante desta divindade é de verdadeiro pavor, devido ao seu poder de atuação sobre a vida e a morte, o sucesso e o fracasso, a riqueza e a miséria, de acordo com as determinações de Olodumare, de quem é o executor de ordens.
Por este motivo, todos os seguidores da religião procuram estar bem com ele, evitando desagradá-lo para não se exporem à sua ira.
"BI Á BÁ RÚBO, KI Á MÚ T'ÈSÚ KURO”
(Quando qualquer sacrifício é oferecido, a parte que cabe à Exú deve ser depositada diante dele).
Esta regra deve ser sempre observada porque desta forma evita-se que, com atitudes maliciosas, Exú venha a ocasionar contratempos e confusões de todos os tipos.
Numa das mais importantes louvações de Exú, encontramos a expressão "ÈSÚ, OTÁ ÒRISÁ" - "Exú, o adversário dos Orixás" - o que reafirma os constantes problemas existentes entre eles, ocasionados pela disputa do poder e da autoridade.
Entre os muitos nomes ou títulos honoríficos de Exú, destacamos:
Logemo orun: Indulgente filho do céu.
A n'la ka'lu: Aquele cuja grandiosidade se manifesta em plena praça.
Pápá Wàrà: Aquele que apressadamente, faz com que as coisas aconteçam de repente.
A túká ma se sa: O que ele quebra em pequenos pedaços jamais poderá ser reconstituído.
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