quinta-feira, 12 de abril de 2012

Esu (Exu) na África.


Na África existem relatos históricos sobre a existência de um personagem chamado Èsú Obasin que teria sido um dos acompanhantes de Oduduwa quando de sua chegada a Ifé.

Segundo Epega, este personagem bem viria, mais tarde, a ser coroado rei de Ketu sob o nome de Èsú Alákétu.

Como Orixá é o guardião das cidades, das casas, dos templos e das pessoas, servindo também, de intermediário entre os homens e os deuses.

Na África, assim como no Brasil e em Cuba, nada se faz sem antes, oferendas lhes selam feitas, antes mesmo de qualquer outro Orixá.

Exu é representado, entre os yorubás, por uma pedra chamada YANGUÍ, por uma cabeça ou corpo humano modelados em barro com olhos, ouvidos e bocas marcados por búzios, por pequenas estatuetas de madeira enfeitada com fieiras de búzios ou por simples símbolos fálicos, como o ogó, bastão de madeira que porta sempre e que lhe atribue o poder de deslocar-se rapidamente para pontos distantes.

Os elégun de Èsú, na Nigéria, recebem o nome de OLÚPÒNA, participam das cerimônias em louvor aos demais Orixás e, em Holi, dançam nas cerimônias realizadas a cada quatro dias em honra a Ogun. Nestas cerimônias, os oluponan dançam carregando nas mãos os seus ogós.

No ex-Dahome, entre os fon, tem o nome de Légba e é representado por um monte de barro endurecido com a forma de um homem acocorado, sempre dotado de um falo de tamanho exagerado.

Os légbas guardiães dos templos, manifestam-se através dos légbasi (filhos de legba), título equivalente ao Oluponan yoruba.

Os legbasis vestem-se com uma saia de ráfia tingida de roxo debaixo da qual trazem, oculto, um enorme falo de madeira que levantam, de vez em quando, de forma erótica.

Entre os fon, existem diversos Legbas ou diferentes manifestações de um mesmo Vodun, que recebem os seguintes nomes e características:
Asi-Légba: O Legba dos mercados e feiras.
Agbonosu (Rei do portal): Representado por uma pequena escultura em barro colocado nas portas de entrada. É um Legba individual.
To-Légba: Protetor de uma cidade ou aldeia. É um Legba coletivo.
Zãgbeto-Légba: Protetor dos caçadores noturnos. Segundo se afirma, possui cornos.
Hun-Légba: Defensor dos templos. É Legba individual de cada Vodun.
Légba Agbãnukwe: O que fala no jogo de búzios. Corresponde a Èsú Akesan. É o protetor, servidor e executor de Ifá. É ele que recebe os sacrifícios determinados por Ifá e deve ser sempre servido em primeiro lugar. Não existe nenhuma diferença de atribuições de Agbonosu e Agbãnukwe. Se o primeiro protege a casa contra a possível entrada de malefícios, o segundo, que deve permanecer num quarto dentro de casa, protege contra a negatividade dos próprios habitantes da mesma.

Certos signos de Ifá tais como Ofun Meji, Ogbe-Fun, Oxetura e Ofun-Yeku, exigem que seja feito um assentamento muito especial, denominado Légba Jobiona, onde os dois Legbas citados são cultuados em conjunto, com a função de proteger a casa e toda a sua periferia.

Este Legba excepcional exige obís de tantos quantos o visitem. Segundo a tradição nagô, somente os grandes Babalaôs podem possuí-lo.

Possuímos ainda informações da existência de um Legba com quatro cabeças, denominado Légba Aóvi, surgido do Odu Jaga (nome dado aos Odus Oxe-Irete e Irete-Oxe, signos cujos nomes não devem ser pronunciados em decorrência da grande carga de negatividade de que são portadores, um outro nome usado para mencionar estes Odus, é Gadeglido).


Àse gbogbo.

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